O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) confirmou a proibição da importação de produtos frescos, incluindo vegetais, frutos, carne, ovos e laticínios de 10 regiões do norte e centro da ilha de Honshu, incluindo de Fukushima e da capital, Tóquio.

Num comunicado, o IAM prometeu ainda “reforçar as inspeções”, em lojas de Macau, a produtos importados de outras regiões do Japão, dando como exemplo arroz, algas e chá.

O instituto disse que as medidas visam “proteger a segurança alimentar de Macau e a saúde dos residentes”.

As medidas serão aplicadas apesar de o IAM ter admitido que, até segunda-feira, testou os níveis de radiação em 23.137 amostras de alimentos importados do Japão, sem qualquer resultado anormal.

O mesmo comunicado sublinhou que o Governo de Macau expressa “forte insatisfação” com a decisão japonesa de descarregar água da central de Fukushima “sem consultar de forma adequada os países vizinhos”.

A outra região administrativa especial chinesa, Hong Kong, anunciou também hoje uma proibição de importação, mas apenas de produtos ligados ao mar, incluindo pescado, marisco, algas e sal, das mesmas 10 regiões do Japão.

A China continental também já tinha proibido a importação de alguns alimentos de dez províncias do Japão, apesar do plano japonês ter sido aprovado pela Agência Internacional de Energia Atómica.

Na segunda-feira, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, defendeu numa conferência de imprensa que descarregar a água no oceano “não é a opção mais segura ou mais prudente”.

No final de junho, o comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em Macau criticou o plano japonês, classificando-o de irresponsável e de violar o direito internacional.

O Governo japonês anunciou hoje que as águas residuais radioativas tratadas e diluídas da central nuclear de Fukushima Daiichi serão lançadas no oceano a partir de quinta-feira.

O primeiro-ministro, Fumio Kishida, deu o aval final numa reunião dos ministros envolvidos no plano e deu instruções ao operador da central, a Tokyo Electric Power Company Holdings (TEPCO), para estar pronto para iniciar as descargas na quinta-feira, se o tempo o permitir.

A libertação de água começa quase 12 anos e meio após a fusão nuclear de março de 2011, causada por um forte sismo e tsunami.

A central de Fukushima Daiichi deverá, no início de 2024, ficar sem espaço para armazenar cerca de 1,33 milhões de toneladas de água, proveniente de chuva, água subterrânea ou injeções necessárias para arrefecer os núcleos dos reatores nucleares.

Tanto o Governo japonês como a TEPCO alertaram que a água deve ser removida para evitar fugas acidentais dos tanques.