Jerónimo de Sousa participou hoje numa “iniciativa singela” numa pequena localidade do concelho de Loures, Catujal, em que toda a população é servida por gás de botija e onde ouviu as queixas dos moradores quanto ao seu preço elevado, próximo dos 30 euros por bilha.
“Há muito que o PCP chama atenção para os preços das bilhas de gás, que são habitualmente usadas por populações mais desprotegidas e mais afastadas dos grandes centros urbanos”, afirmou o líder comunista, recordando que, no parlamento, o partido já se bateu quer pela redução da taxa de IVA para 6% deste produto, quer pela fixação de preços máximos.
No Orçamento do Estado para 2021, chegou a estar à vista uma coligação dos vários partidos contra o PS para baixar o IVA da eletricidade, mas votações cruzadas acabaram por resultar no ‘chumbo’ de todas as propostas.
“A recusa do PS e as manobras do PSD, que acabou por dar a mão ao Governo, impediram que se voltasse para a taxa de 6% para a eletricidade e para o gás”, lamentou Jerónimo de Sousa.
Por isso, o secretário-geral do PCP pediu “mais força à CDU” nas legislativas de 30 de janeiro para que se possa impedir nova convergência de PS e PSD em matéria de política energética.
“Temos, na Assembleia da República, de impedir que PS e PSD não resolvam este problema só para servir os interesses das grandes multinacionais. Podem contar com a CDU”, assegurou.
Jerónimo de Sousa referiu que o preço da bilha de gás em Portugal é quase o dobro do mesmo produto, comercializado pela mesma empresa, em Espanha, e que a diferença nem sequer se explica pelos impostos cobrados (23% em Portugal e 21% em Espanha).
“O que explica então a diferença? É que em Espanha o preço da botija de gás é tabelado e em Portugal não é (…) Porque é que PS e PSD rejeitaram sempre medidas para fixar os preços? Rejeitaram por colocaram os interesses das multinacionais petrolíferas acima da resposta a este problema tão sentido pelas populações”, criticou.
Para o líder comunista, devido ao preço “inaceitável” do gás de botija, são muitas as famílias que continuam a ter de optar entre “aquecer a casa ou ter comida no prato”.
“Não é aceitável que o lucro de meia dúzia de multinacionais seja colocado acima da qualidade de vida, do conforto e do desenvolvimento económico do país”, afirmou, frisando que o preço da energia afeta também muitas pequenas e médias empresas.
Para Jerónimo de Sousa, “dar mais força à CDU é dar mais força à justa reivindicação do preço do gás de botija, quer pela redução do IVA, quer pelo estabelecimento de preços máximos”
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