“A ANEPC até ao momento não convocou nenhuma reunião com a LBP para tratar qualquer assunto da JMJ, sejam do ponto de vista financeiro, de gestão ou operacional”, disse à Lusa o presidente da Liga, António Nunes, que hoje visitou a sede do Comité Organizador Local (COL) da JMJ Lisboa 2023, no Beato.

António Nunes garantiu ao presidente da Fundação JMJ e coordenador-geral, Américo Aguiar, que é também Capelão nacional dos bombeiros portugueses, que “os bombeiros estão preparados para responder às situações que lhes forem solicitadas” e vão estar presentes e colaborar para que “a JMJ possa ser um sucesso”.

No entanto, lamentou que a ANEPC ainda não tenha ouvido a LBP, quando faltam menos de dois meses para a JMJ, tendo em conta que a Liga é a entidade que representa os bombeiros e as entidades detentoras dos corpos de bombeiros.

“Devia ouvir a LBP, uma vez que envolve mobilizações adicionais, mais despesas para as associações humanitárias, mais organização. Portanto achamos estranho”, sustentou, defendendo que deveria ter ocorrido uma reunião extraordinária da comissão nacional de proteção civil, uma vez que este organismo aprova os mais diversos planos de proteção civil, nomeadamente o dispositivo dos incêndios rurais.

António Nunes sustentou que, num caso como a JMJ, em que há solicitações das autarquias e ao nível distrital e nacional, “talvez tivesse sido útil uma reunião extraordinária da comissão nacional de proteção civil para que todos os agentes fossem informados sobre o que se vai passar e o que os espera”.

Depois de o presidente da ANEPC ter avançado que a estrutura da Proteção Civil para a JMJ pode chegar aos 25 mil bombeiros, o ministro da Administração Interna esclareceu que o dispositivo da Proteção Civil afeto ao encontro mundial é de 7.000 bombeiros, podendo este número aumentar em caso de necessidade.

O presidente da LBP referiu que os bombeiros não estão preocupados com as ocorrências previstas no planeamento global, mas sim com “as questões micro, porque quando há milhares de participantes na JMJ em determinado concelho, é preciso olhar para a forma como os bombeiros podem colaborar”.

António Nunes precisou que não são apenas as corporações de bombeiros da área metropolitana de Lisboa que vão estar envolvidas na JMJ, uma vez que vai haver uma dispersão de jovens pelo país, que se podem prolongar por três semanas.

O presidente da Liga considerou que deveria existir um plano para três semanas com níveis diferentes de mobilização de meios e intervenção.

O responsável recordou ainda que os bombeiros não podem deixar de fazer o trabalho que fazem diariamente, como transporte de doentes, combate a incêndios e acidentes rodoviários.

“Tudo isso tem de ser garantido pelos bombeiros. Os bombeiros têm de fazer um reforço e mobilizar outros bombeiros que não estavam previstos para essa altura. Há aqui uma série de questões que é preciso acautelar”, disse ainda.

Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.