No final da visita oficial à Alemanha, João Lourenço revelou que Angola vai beneficiar do financiamento do Fundo Monetário Internacional “em condições melhores que o crédito de outros bancos, bancos comerciais”.
“Vamos ganhar com isso, não temos receio, sabemos que quando se fala de FMI têm-se a ideia de que é um bicho papão de que é preciso ter cuidado. Depende. Os programas do FMI não são todos iguais. Não estamos a falar de um resgate como o que aconteceu noutros países europeus, como Portugal ou a Grécia. Não é disso que se trata, é um outro tipo de ajuda financeira, que não tem a gravidade que tem um programa de resgate”, esclareceu o chefe de Estado angolano aos jornalistas.
O Presidente angolano vai reunir-se com o FMI em outubro.
João Lourenço espera “consolidar este casamento entre esta nova Angola e o FMI”, e acrescenta que espera receber a presidente do Fundo Monetário Internacional em Luanda “no próximo mês de dezembro”.
O chefe de Estado de Angola disse no parlamento europeu, no passado mês de julho, que o país estava numa cruzada contra a corrupção e João Lourenço acredita que os primeiros resultados “já se começaram a sentir”.
“Pelo facto de a comunidade internacional ter constatado já que o que nós dissemos é para levar a sério, não é brincadeira nenhuma, começámos a receber os primeiros sinais: conseguimos a emissão de 'eurobonds' e, mais recentemente, o acordo de financiamento do FMI. Isto só acontece quando há o reconhecimento de que há um progresso real, um conjunto de medidas, não apenas da corrupção, mas outras medidas, que levam essas instituições internacionais a acreditar em Angola”, adiantou João Lourenço.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou na terça-feira ter recebido um pedido do Governo de Angola para o início de discussões de um programa económico ao abrigo do Programa de Financiamento Ampliado (Extended Fund Facility - EFF).
A medida, cujas negociações começarão em outubro próximo em Luanda, no quadro de nova missão, visa o apoio do FMI às políticas e reformas económicas definidas no Programa de Estabilização Macroeconómica (PEM) e no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) de 2018 a 2022.
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