“Não creio que seja útil fazer comparações, preocupa-me - em todos os lugares por onde tenho passado na minha carreira académica, profissional e política - sempre com a avaliação que os meus pares fazem à saída, não à entrada”, afirmou Joaquim Miranda Sarmento, em declarações aos jornalistas no parlamento, depois de serem anunciados os resultados da eleição da nova direção da bancada com 46 votos a favor, 20 brancos, 10 nulos e uma abstenção (59,74%).
Questionado pelos jornalistas se se sente fragilizado, face a uma votação bastante mais baixa que o seu antecessor, Paulo Mota Pinto (92%), o economista considerou que “não há comparações porque as circunstâncias são, naturalmente, diferentes”.
“Não me sinto minimamente fragilizado, estou bastante comprometido e entusiasmado com esta missão e com os desafios que o PSD tem pela frente”, afirmou.
O anterior coordenador do Conselho Estratégico Nacional do ex-líder Rui Rio – o único deputado que não votou – e depois autor da moção de estratégia do presidente Luís Montenegro disse estar “satisfeito com a votação e com a confiança”, dizendo contar “com todos os deputados do PSD”.
Joaquim Miranda Sarmento agradeceu à bancada a sua eleição e da direção por ele proposta, manifestando-se confiante em reforçar o grupo parlamentar “na dupla missão que tem”.
“Ser oposição, estar vigilante nas falhas e omissões que o Governo tem e, por outro lado, para ajudar o PSD a ser a alternativa de que o país precisa para resolver os problemas concretos dos portugueses”, afirmou.
O deputado começou a sua declaração expressando solidariedade para com os portugueses que estão a sofrer com os incêndios, bem como com os operacionais no terreno.
O anterior líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, tinha sido eleito em 07 de abril, com votos favoráveis de 71 dos 77 deputados sociais-democratas (92%), dois brancos e dois nulos, com dois deputados ausentes das votações.
Um dia antes do início do Congresso do PSD que consagrou a nova direção, Paulo Mota Pinto anunciou que iria convocar eleições antecipadas para a direção da bancada por ter sido informado por Luís Montenegro que pretendia mudar a direção da bancada.
No caso de Miranda Sarmento, somando os brancos e os nulos, houve 30 deputados que não deram o seu ‘aval’ ao novo presidente da bancada, que terá uma direção alargada de 43 elementos (em teoria, teve apenas mais três votos do que os membros que compõem a lista).
Com este resultado, Joaquim Miranda Sarmento ficou abaixo dos 81% obtidos por Adão Silva em setembro de 2020 e dos 89,8% do ex-presidente do partido Rui Rio, em novembro de 2019, mas acima do resultado de Fernando Negrão que, em fevereiro de 2018, foi eleito líder do grupo parlamentar do PSD com apenas 39% dos votos.
Foram eleitos, num primeiro momento, dez vice-presidentes (o máximo permitido pelo regulamento interno da bancada e mais três do que os sete de Paulo Mota Pinto), mantendo quatro da atual direção e propondo seis novos.
No entanto, de acordo com uma nota à imprensa enviada pelo PSD na segunda-feira, “será imediatamente, após a eleição, proposto em reunião do Grupo Parlamentar, a alteração ao regulamento” interno da bancada, para que o número máximo de ‘vices’ possa passar a 12, como vigorava antes de 2020.
Entre os dez vice-presidentes agora eleitos transitam da anterior direção da bancada Ricardo Baptista Leite, Catarina Rocha Ferreira, Paulo Rios de Oliveira e Paula Cardoso.
Entre os seis novos vice-presidentes, está Hugo Carneiro, ex-secretário-geral adjunto do PSD com o pelouro das contas do partido nos últimos quatro anos, e cinco apoiantes do atual presidente do partido: o líder da distrital de Santarém, João Moura, o líder da distrital de Leiria, Hugo Oliveira, o ex-presidente da Câmara de Espinho, Joaquim Pinto Moreira, e as deputadas Andreia Neto e Clara Marques Mendes.
Os dois futuros vice-presidentes, caso se confirme a alteração do regulamento interno, serão o líder da JSD Alexandre Poço e o antigo presidente da Câmara de Vila Real de Santo António Luís Gomes, também apoiantes de Montenegro nas recentes eleições internas.
Deixam de ser vice-presidentes da bancada André Coelho Lima, que acumulou esta função com a vice-presidência do partido, Hugo Carvalho, que foi cabeça de lista por Viseu nas últimas legislativas, e Fátima Ramos, deputada por Coimbra.
Foram indicadas para secretárias da direção as deputadas Emília Cerqueira e Sónia Ramos.
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