Lutador de wrestling tornado ator, John Cena é uma das caras de “Velocidade Furiosa 9”, o novo filme da saga, e durante uma entrevista de promoção a um meio de comunicação taiwanês no início de maio, disse que Taiwan era “o primeiro país” onde se pode ver o filme.
Tal caracterização provocou a fúria dos fãs chineses, já que existe um diferendo de décadas entre os dois estados. China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
Taiwan, que se auto designa República da China, tornou-se, entretanto, numa democracia com uma forte sociedade civil, mas Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça desde então a reunificação pela força.
Ontem, perante a crescente indignação chinesa, Cena desculpou-se em mandarim — língua que tem vindo a aprender nos últimos 10 anos — no Weibo, rede social da China.
"Dei muitas entrevistas para o 'Velocidade Furiosa 9' e cometi um erro durante uma delas", reconhece, num vídeo, partilhado no Twitter pelo jornalista norte-americano Tony Lin.
"Quero dizer (...) que amo e respeito a China e o povo chinês. Estou muito arrependido pelo meu erro. Sinto muito", acrescentou o ator, sem repetir o polémico termo e mantendo-se evasivo.
O seu vídeo já teve 2,4 milhões de visualizações na rede social, estritamente controlada.
O ato de contrição de Cena é mais um episódio da difícil relação entre figuras e empresas ocidentais e a sensibilidade da sociedade chinesa, sendo que o mercado cinematográfico do país é o maior do mundo.
Prova disso mesmo é que, segundo o The Guardian, "Velocidade Furiosa 9" ainda só estreou na China e já fez perto de 135 milhões de dólares em bilheteira, uma das maiores estreias para um filme de Hollywood desde o início da pandemia.
Durante a promoção do filme, Vin Diesel, ator principal de "Velocidade Furiosa 9", disse à agência estatal chinesa Xinhua que a razão pela qual o filme estreou um mês antes da América do Norte é porque os intervenientes consideram o país oriental parte da família e a estreia precoce “é uma forma de gratidão”.
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