De acordo com o jornal israelita Yediot Aharonot, as contas criadas nos últimos anos estão coordenadas entre si, tendo multiplicado a atividade para “promover os temas defendidos por Netanyahu e do partido Likud” e difundir “propaganda”, “mentiras” e “calúnias” contra alguns meios de comunicação social e candidatos às eleições legislativas de 9 de abril.
De acordo com o jornal, as centenas de contas de Twitter são “geridas por pessoas que não revelam a identidade” e que usam imagens de perfil retiradas de “bases de dados estrangeiras” ou de plataformas de design gráfico.
A rede foi descoberta pelo Projeto Bit Bots, um grupo de investigação que estuda as más práticas das redes sociais e que é financiado através de subscrição pública.
Várias das contas de Twitter em causa estão supostamente associadas a altos cargos do partido Likud e ao filho mais novo do primeiro-ministro, Yair.
Uma das contas mais ativas tem o nome Moshe e usa uma imagem de perfil que mostra um jovem de olhos azuis, barba e bigode e que na realidade é uma fotografia do modelo grego Theo Theodoridis.
Este perfil, que publica textos relacionados com temas políticos, foi criado em março de 2015 e, embora em 2018 tenha publicado muito pouco, aumentou a atividade nos primeiros meses de 2019, logo após o anúncio sobre a marcação das eleições israelitas.
Desde essa altura a conta difundiu mais de 2.500 mensagens, destacando-se os elogios a Netanyahu e as críticas aos membros da oposição, indica o Yediot Aharonot.
“A esquerda vai converter-se ao Islão, é só uma questão de tempo”, escreveu recentemente o autor da conta com o nome Moshe.
Outras contas ligadas ao mesmo utilizador acusaram o candidato centrista Beni Gantz, principal rival de Benjamin Netanyahu, de ser “um violador com problemas mentais”.
De acordo com o Projeto Big Bots, a atividade da rede pode estar a violar a legislação eleitoral e de financiamento de campanhas, assim como as leis fiscais e de privacidade.
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