“Governo escuta, os jovens estão em luta”, entoaram os jovens, enquanto envergavam cartazes a pedir “justiça climática já” e mudanças efetivas por parte do Governo, numa ação organizada pelo núcleo do Movimento Nacional Greve Climática Estudantil de Coimbra.
Para Carolina Marques, estudante de 23 anos, há alguma frustração quando se compara a dimensão da crise e das medidas adotadas, daí as ações de protesto continuarem.
“Nós continuamos recorrentemente a vir aqui e vamos continuar até vermos que as mudanças são reais. Queremos exigir ao Governo e à Câmara de Coimbra que cumpram com aquilo que temos pedido”, disse aos jornalistas a estudante de Direito da Universidade de Coimbra.
Segundo Carolina Marques, ainda não se vislumbram no terreno “mudanças significativas”, considerando que, caso não haja uma ação mais musculada, o futuro será “insustentável”.
“Há pessoas que se sentem ansiosas com a perspetiva de imaginarem como o mundo vai ser. Isto cria sempre muita frustração”, notou.
Também Mariana Garrido, de 20 anos, considera que “há muita ansiedade em relação aos problemas ambientais”, reafirmando que as entidades públicas têm que colocar “a agenda climática como prioridade de ação”.
Na manifestação, esteve também Sara Baquissy, jovem de 15 anos, que começou no início da semana uma greve permanente (ação de luta em que estudantes arriscam o ano letivo em prol da causa ambiental), mas teve que interromper hoje face a uma situação familiar.
“Eu estive num acampamento sobre crise climática, em que estivemos a aprender sobre o que está a acontecer e com as informações que tinha eu não conseguia ficar bem comigo mesma se não fizesse nada”, contou à agência Lusa a estudante de Coimbra.
Se no caso da sua família e amigos há sensibilidade para a causa, Sara Baquissy acredita que ainda há muito por fazer para mobilizar as pessoas para a urgência da temática.
“Quando os Governos nos falham, temos de ser nós a fazer alguma coisa”, disse.
O protesto ficou ainda marcado pelo encontro com as comitivas de duas das forças que concorrem à Câmara de Coimbra — PS e coligação Juntos Somos Coimbra -, que fizeram arruadas hoje ao final da tarde na Baixa da cidade.
Se no caso da coligação Juntos Somos Coimbra não houve problemas, com o cabeça de lista, José Manuel Silva, a parar para prometer que irá aprovar a declaração de emergência climática no município, já a comitiva socialista, confrontada com um bloqueio por parte dos manifestantes, “atropelou” o protesto para prosseguir a arruada, gerando ligeiros desacatos entre os dois lados.
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