“Um dos grupos mais afastado da Igreja é o dos jovens”, que “não sentem motivação e consideram que a religião não é uma dimensão importante para as suas vidas”, segundo os resultados desta fase local do processo sinodal, que envolveu cerca de 3.500 pessoas, como admitiu o coordenador da equipa diocesana, padre José Augusto Rodrigues.
Aos jovens juntam-se os que “se desencantaram com a Igreja de hoje e não se reveem nela, ou mesmo que não se sentem acolhidos e aceites”, aponta uma nota hoje publicada na página da diocese de Leiria-Fátima na Internet, adiantado a necessidade de “contacto mais pessoal”, da “criação de espaços de diálogo, retiros, encontros formativos” e o fomento do “acolhimento e a cultura do convite”.
A necessidade de “se ouvirem mais os leigos” – que precisam de estar disponíveis para se envolverem, em tarefas específicas da comunidade - foi também realçada nas conclusões obtidas nesta fase de auscultação da comunidade católica da diocese, com os grupos sinodais a alertarem para “a carência da dimensão comunitária na celebração, apesar de a considerarem ‘o motor da comunidade’, isto porque ‘muitas vezes [a eucaristia] é vivida de forma muito individual e pouco participada’”.
Já quanto às homilias, “os grupos referiram que é importante assegurar a sua qualidade”, devendo “ter uma dimensão prática e conectada com a realidade concreta da vida das pessoas”, mas também foi deixado o aviso de que, face à “sobrecarga de trabalho dos sacerdotes” é necessário “dar passos para celebrações dominicais na ausência do presbítero”.
Em destaque nas conclusões está também o papel das mulheres na Igreja, com as reflexões a apontarem que elas “têm sido o pilar do quotidiano da vida comunitária, mesmo sem o devido reconhecimento” e que “é necessário dar-lhes maior protagonismo em organismos como as comissões e conselhos pastorais, de modo que a comunidade colha os benefícios da complementaridade de todos os seus membros”.
Por outro lado, a maioria dos ouvidos nesta fase sinodal na diocese de Leiria-Fátima considera que não existe “uma cultura nem uma prática de avaliação na Igreja, tal como não existe uma efetiva prestação de contas das responsabilidades assumidas”.
As conclusões desta fase sinodal ao nível diocesano serão entregues à Conferência Episcopal Portuguesa, a quem caberá preparar um documento que reflita as reflexões saídas das 21 dioceses nacionais, o qual será, depois, remetido para o Vaticano, para a comissão organizadora do Sínodo dos Bispos.
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