O acordo, firmado em abril com a polícia federal depois de o Ministério Público se ter recusado a aceitar as denúncias de Palocci por falta de provas, envolve relatos de Palocci sobre supostas reuniões da cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) em que ocorreram negociações para obter pagamentos de suborno.
Palocci afirmou que participou de uma reunião em 2010, na biblioteca do Palácio do Alvorada, com Lula da Silva, Dilma Rousseff e o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrille, na qual o ex-chefe de Estado teria solicitado a encomenda da construção de 40 sondas de exploração de petróleo.
Ele explicou que o pedido foi feito para "garantir o futuro político do país e do Partido dos Trabalhadores com a eleição de Dilma Rousseff, produzindo-se os navios para exploração do pré-sal [área em que estão as maiores reservas de petróleo do país que foi descoberta em 2007] e recursos para a campanha que se aproximava".
Palocci contou à polícia federal que na mesma reunião Lula da Silva determinou que caberia a ele "gerenciar os recursos ilícitos que seriam gerados e o seu devido emprego na campanha de Dilma Rousseff para a Presidência da República".
Segundo o delator, nesta reunião foi fechada a estratégia para o recebimento de suborno no valor de 40 milhões de reais (8,6 milhões de euros à cotação atual), que supostamente foram usados da campanha de eleição da ex-Presidente Dilma Rousseff, em 2010.
As revelações da delação premiada de Antonio Palocci acontecem seis dias antes da primeira volta das eleições presidenciais do Brasil em que o candidato do PT, Fernando Haddad, aparece em segundo lugar segundo as últimas sondagens de intenção de voto.
Em troca da sua colaboração, Palocci, que já foi condenado a foi condenado a 12 anos e dois meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e branqueamento de capitais, terá a pena reduzida em dois terços, além de pagar uma multa de 37,5 milhões de reais (8 milhões de euros).
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