"Isto é uma situação alarmante e que está à vista de todos. Efetivamente, ali na zona do bairro de Lordelo, bairro de Pinheiro torres, Condominhas e Fluvial, estamos com alguns problemas", disse, sublinhando que até "os próprios moradores, nem durante a noite conseguem ter o merecido descanso", declarou a presidente da União de Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos, onde se situa o Aleixo
Um mês após o início do processo de demolição "por desmontagem" das três últimas torres do bairro do Aleixo, que começou a 06 de junho, Sílvia Maia explicou que já se reuniu com o Comandante do Comando Metropolitano do Porto da PSP, a quem relatou todas as preocupações quer das associações de moradores dos vários bairros ali existentes quer do hotel e do clube desportivo nas proximidades.
A autarca, que lembrou que lá perto existe também a escola primária das Condominhas e o próprio Clube Fluvial Portuense, assegurou que junta, Câmara do Porto e forças de segurança estão atentas e a trabalhar diariamente para minimizar o problema, contudo faltam meios.
"O que também me foi dito pelo próprio superintendente é que eles têm poucos recursos, poucos operacionais a nível da PSP", afirmou.
Nesse sentido, e segundo Sofia Maia, a câmara estará também a fazer diligências no sentido de, não só contribuir para o reforço do número de veículos da PSP na patrulha, mas também para "reforçar o número de operacionais da PSP, através de gratificados".
Para além disso, aquela União de Freguesias vai informar a tutela e a Assembleia da República da situação em concreto, sublinhando a autarca que há "falta de operacionais" na cidade.
"É efetivamente preocupante, quando não temos a polícia para garantir a segurança", defendeu.
Em maio o Bloco de Esquerda denunciou que o desmantelamento do bairro do Aleixo estava a conduzir a uma "pulverização" do consumo e do tráfico de droga na cidade, nomeadamente na zona da Sé.
Contactado pela Lusa, o presidente da União de Freguesia do Centro Histórico do Porto, António Fonseca, sublinhou que o problema do consumo e tráfico de droga na Sé não é novo.
O autarca considera, contudo, que o início do processo de demolição das últimas torres do Aleixo não fez crescer o fenómeno naquele local, mas admite que outras zonas da cidade possam passar a ser procuradas pelos traficantes.
A Lusa questionou ainda o Comando Metropolitano do Porto da PSP que, em resposta escrita, garante estar a acompanhar a situação, em articulação com a autarquia e a Polícia Municipal, tendo implementado diversas medidas, "tanto de natureza preventiva como repressiva, procurando conciliar os problemas decorrentes de uma deslocalização de algum tráfico de droga, com as demais prioridades e áreas de intervenção na cidade".
A PSP, acrescenta que, nos últimos meses, e sem prejuízo de ações no domínio da investigação e repressão criminais, "este Comando tem efetuado um policiamento dirigido aos espaços mais afetados pelo tráfico de droga, envolvendo várias valências policiais, nomeadamente Equipas de Intervenção Rápida, Equipas de cPrevenção e Reação Imediata, Corpo de Intervenção e Grupo Operacional Cinotécnico".
Com a demolição da Torre 5 em 2011 e da Torre 4 em 2013, no último mandato de Rui Rio, restavam apenas três das cinco torres que constituíam o Bairro do Aleixo, cujo processo final de demolição "por desmontagem" começou no dia 6 de junho
O fim dos trabalhos está previsto para o final do ano.
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