A decisão foi tomada pelo magistrado Alexandre de Moraes e atendeu a um pedido feito pela equipa de Lula da Silva, após grupos que apoiam o Presidente cessante, Jair Bolsonaro, ameaçarem realizar ataques ou ações violentas para tentar impedir a cerimónia posse do Presidente eleito numa cerimónia que acontecerá no próximo domingo na capital brasileira.
Moraes justificou a sua decisão de acatar o pedido judicial feito pela equipa do futuro Presidente brasileiro citando vários eventos ocorridos nas últimas duas semanas em Brasília realizados por apoiantes de Bolsonaro, que ainda não reconheceu sua derrota nas urnas em outubro passado.
Há duas semanas, após a prisão de um indígena ‘bolsonarista’ radical que havia ameaçado Lula da Silva pelas redes sociais, dezenas de ativistas de extrema-direita causaram graves distúrbios na área central de Brasília, onde atacaram uma delegacia e queimaram uma dezena de veículos.
No último sábado, a polícia de Brasília desativou uma bomba instalada num camião que se dirigia para o aeroporto da cidade.
O ataque frustrado foi atribuído a um homem que foi preso e se declarou seguidor de Bolsonaro. O suspeito confessou que planeava fazer detonar o explosivo no aeroporto para “semear o caos” e obrigar as Forças Armadas a intervir para impedir a posse de Lula da Silva.
Em todos estes casos, os responsáveis pela violência faziam parte de grupos de extrema-direita que não reconhecem a eleição de Lula da Silva e que estão acampados em frente ao quartel geral do Exército em Brasília e exigem um golpe militar para manter Bolsonaro no poder.
Muitas dessas pessoas, segundo as autoridades, têm armas obtidas graças a políticas promovidas por Bolsonaro, que incentivou os seus seguidores a adquirir todo tipo de armamento com a ideia de promover a autodefesa contra o crime.
No entanto, Bolsonaro também disse muitas vezes que “um povo armado não será escravizado” e poderá “reagir” a qualquer tentativa de “tirar-lhe a liberdade”.
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