"Portugal considera que chegou a altura de apresentar novas ideias para valorizar aquele que é, de facto, um enorme ativo para a segurança atlântica. A ideia principal, o projeto mais ambicioso, é a constituição de um centro de segurança atlântica nos Açores, que vá muito a frente do academismo, e que represente a valorização de uma das principais capacidades de Portugal", explicou Azeredo Lopes.
O ministro disse que a "ideia já tinha sido referida inicialmente, de forma embrionária" mas que "Portugal já a tem muito mais trabalhada neste momento."
O novo centro poderia formar não só oficiais portugueses, mas também de outros países interessados na segurança do Atlântico.
"Ou seja, [um local] onde possamos desenvolver não só as nossas capacidades próprias, mas também que seja um centro de excelência para formação e treino desses países", disse, referindo-se a países como São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.
O membro do Governo precisou que o centro "não estaria, necessariamente, sob jurisdição da NATO, embora possa vir a ser, no futuro, reconhecido como um centro de excelência da Aliança Atlântica."
"O que se tratava agora era de apresentar [este projeto] aos Estados Unidos, um projeto que achamos que é moderno, que é ambicioso, em que Portugal se compromete, e que depois teria necessariamente uma dimensão multinacional, que envolveria os EUA, mas poderia também, evidentemente, envolver outros estados", explicou o responsável.
Durante o encontro no Pentágono, que excedeu a duração inicialmente prevista, o secretário da Defesa norte-americano, James Mattis, respondeu de forma positiva à proposta.
"Pareceu-me que foi recebida muito bem, com interesse. Agora vamos, evidentemente, trabalhar nela, cabendo a Portugal não só o papel passivo de ficar à espera, mas também de apresentar propostas concretas que possam ser interessantes para desenhar algo de facto inovador e que, tanto quanto sei, não tem um precedente que possamos imitar", disse o ministro da Defesa.
Portugal admite trabalhar com a União Europeia neste projeto, mas para já a ideia será apenas apresentada aos EUA.
"Não esta ainda decidido, vamos esperar para ver qual é a reação deste nosso parceiro estratégico nas Lajes, e depois pretendemos alargar o numero de associados ou membros. Quantos mais formos, melhor conseguimos fazer", disse Azeredo Lopes.
O ministro disse ainda que o centro pode inaugurar um novo capitulo para Base das Lajes, e que o objetivo do governo "é dinamizar, através de projetos novos, aquilo que pode ser o futuro do contributo das Lajes, e de Portugal, para a paz, segurança e defesa."
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