Depois de encerrar o congresso da Associação Portuguesa de Radiodifusão, em Lisboa, o Chefe de Estado recordou ter já “exprimido a gratidão e o louvor, em nome de todos os portugueses”, a Souto de Moura, que, “sendo um consagrado, vê agora uma vez mais o seu nome ser novamente reconhecido a nível mundial.

“Com grande prestígio em Portugal e com enorme prestígio lá fora, isto faz muito bem à nossa alma de portugueses”, considerou Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a atribuição, hoje, de um Leão de Ouro, na 16.ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza.

“Para nós é uma honra, é um motivo de orgulho e sobretudo é uma aposta no futuro, tal como Siza Vieira, também Souto Moura está muito virado para o futuro. Tem grandes obras e ainda hoje foi anunciada uma obra importante e simbólica que é aquela que vai testemunhar, em memorial, a tragédia de junho do ano passado”, afirmou.

Na página da internet da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa tinha já felicitado Souto de Moura.

“A participação [oficial] portuguesa nesta edição da Bienal inclui doze edifícios públicos projetados por arquitetos de várias gerações, cuja criatividade e reconhecimento tenho assinalado em diversas circunstâncias”, referia o Chefe de Estado, realçando ainda que “Souto Moura apresentou fotografias aéreas do seu projeto, demonstrando o engenho e o rigor presentes tanto numa ideia como na sua concretização”.

O projeto distinguido pelo júri da exposição foi o complexo turístico de São Lourenço do Barrocal, a recuperação de um monte alentejano e a sua adaptação a hotel.

“Já fiz outros projetos mais modernos, mais antigos, este era a procura de um tom que não destruísse o ambiente do edifício e da paisagem. É um projeto de risco, porque estava quase no limite do 'pastiche' [obra em que se imita abertamente o estilo de outros artistas], era uma imitação do antigo”, explicou Souto de Moura à agência Lusa.

Souto de Moura foi um dos 100 arquitetos convidados pelas curadoras da Bienal da Arquitetura de Veneza, Yvonne Farrell e Shelley McNamara, do gabinete Grafton Architects, para a exposição principal, espaço expositivo, além dos pavilhões nacionais.

A exposição da Bienal de Veneza estará patente ao público até 25 de novembro, naquela cidade italiana, na qual a representação oficial portuguesa é feita através da exposição "Public Without Rethoric".

Esta mostra reúne 12 edifícios públicos criados por arquitetos portugueses de várias gerações, nos últimos dez anos, e filmes de quatro artistas, sobre os edifícios.

O certame dedicado à arquitetura - cujo prémio máximo é o Leão de Ouro - recebe este ano 65 participações nacionais, divididas entre os pavilhões históricos do Giardini, do Arsenale e do centro histórico de Veneza.