Em Mira, à margem de uma visita às zonas do concelho afetadas pelos incêndios que deflagraram em 15 de outubro, Marcelo Rebelo de Sousa garantiu "acompanhar as preocupações do senhor ministro da Saúde relativamente ao surto" de ‘legionella’.
"Primeiro é preciso apurar o que se passou", reforçou o chefe do Estado, acrescentado que, de seguida, é preciso "garantir a expectativa de não haver multiplicação de casos".
O chefe do Estado elogiou "a atuação rápida" dos serviços de saúde "na tentativa de conter a multiplicação dos riscos de contaminação", uma tarefa dificultada pelo número de casos e pela quantidade elevada de pessoas que podem ter estado em contacto com o foco de infeção.
"É preciso saber o que se passou", reforçou Marcelo Rebelo de Sousa, que disse estar alinhado com as preocupações que têm vindo a ser expressas pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que admitiu no domingo que "alguma coisa correu mal" no caso do surto de ‘legionella’ no Hospital São Francisco Xavier, apesar de terem sido seguidas as melhores práticas clínicas.
O surto de infeção com a bactéria 'legionella' no hospital São Francisco Xavier provocou dois mortos, um homem de 77 anos e uma mulher de 70 anos, anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde.
Em conferência de imprensa, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, adiantou que a mulher estava internada na unidade de cuidados intensivos do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e o homem nos cuidados intensivos de uma unidade de saúde privada.
O balanço das pessoas infetadas com a bactéria 'legionella' subiu hoje para 29, encontrando-se 26 internados, três dos quais nos cuidados intensivos do Hospital São Francisco Xavier, onde foi detetada a infeção.
Graça Freitas disse que o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge está a realizar análises, que vão demorar tempo a produzir resultados para detetar a origem do surto, admitindo a responsável que poderá estar nas torres de refrigeração ou no sistema de águas do hospital.
O ministro da Saúde deu duas semanas à Direção-Geral de Saúde e ao Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) para que "habilitem o governo com um relatório detalhado, que seja do conhecimento público", para apurar a forma como as coisas correram.
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