A engenheira Maria Manuel Farinha, responsável pelo Departamento de Segurança e Ambiente no ISQ, disse à agência Lusa que "o abaixamento dos níveis freáticos e a seca têm criado situações muito preocupantes".
"As condições da água para consumo humano estão diferentes, há mais matéria orgânica e a qualidade da água está diferente", disse, indicando que isso "aumenta o risco da presença de 'legionella'".
Depois da contaminação registada no hospital São Francisco Xavier, que afetou 34 pessoas e provocou já duas mortes, o ISQ recebeu "pedidos adicionais" de hospitais que pediram análises à sua água, indicou Maria Manuel Farinha, sem referir os nomes dos estabelecimentos por questão de confidencialidade.
O ISQ, que faz regularmente análises a pedido dos hospitais, recolheu amostras de água das torres de refrigeração, sanitária e de outras fontes, fazendo primeiro testes para detetar a presença de 'legionella' e depois para determinar qual a estirpe em causa.
Maria Manuel Farinha afirmou que poderá ser necessário reforçar a monitorização das águas dos hospitais para despistar eventuais contaminações.
No balanço mais recente das autoridades de saúde, subiram para 34 os casos confirmados de doença dos legionários no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, encontrando-se cinco doentes infetados em unidades de cuidados intensivos.
Tal como a Direção Geral de Saúde anunciara na segunda-feira, na sequência deste surto morreram duas pessoas.
A maior parte (68%) dos infetados neste surto têm idades iguais ou superiores a 70 anos: um infetado tinha entre 40 a 49 anos, dez entre 50 a 69 anos e 21 entre 70 a 89 anos. Dois doentes tinham 90 ou mais anos.
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