“Eu não sou um dos descontentes com as listas. Eu sou um militante do PSD que entende que a Comissão Política Nacional (CPN) acaba de esbanjar uma oportunidade” para “garantir que o PSD concorra unido nas próximas eleições legislativas e, dessa forma, aglutinar a simpatia do país”, afirmou o social-democrata.

Cristóvão Norte, que, ao contrário de 2019, não vai ser o cabeça de lista por Faro, visto que o escolhido pelo presidente do partido foi o ex-presidente da Câmara de Vila Real de Santo António Luís Gomes, falava aos jornalistas à entrada para o Conselho Nacional, que decorre em Évora.

“A direção nacional optou, de forma clara, por punir aqueles que não apoiaram o líder do partido e isso vai contra aquilo que é o espólio do PSD”, criticou.

O PSD “é um partido de liberdade, de grande pluralidade, uma federação de correntes e em que homens e mulheres livres, ao contrário do que se verifica no PS, gostam de criticar quando devem criticar e gostam de convergir quando devem convergir”, continuou.

Cristóvão Norte disse lamentar “a circunstância de as listas que o PSD vai apresentar” às legislativas de 30 de janeiro “não exprimirem a diversidade do partido” e “não terem a capacidade de ultrapassar os limites” do partido, “congregando grandes figuras da vida política, social e económica” do país.

Após a campanha para as diretas social-democratas, que foi “viva, serena” e “em que o partido e o seu líder saíram reforçados”, o PSD “perde hoje essa oportunidade soberana de garantir uma unidade na diversidade”, argumentou Cristóvão Norte, que apoiou Paulo Rangel no processo em que Rui Rio foi reeleito presidente.

O PSD, destacou, “não é um partido de ‘yes men’. O PSD sempre foi um partido de gente livre e aberta”, defendeu.

Questionado pelos jornalistas sobre se acredita que, no Conselho Nacional desta noite, possam ser chumbadas as listas para as legislativas, o presidente da distrital de Faro disse não o esperar: “Não creio que seja um propósito dos conselheiros nacionais chumbarem as listas que a CPN apresenta”.

“Creio, todavia, que essas listas são motivo de sobressalto cívico”, contrapôs, defendendo que, “quando o PSD é mais fraco e menos capaz de interpretar a sua pluralidade e as necessidades da sociedade, o país também é indesejavelmente mais fraco”.

Antes do arranque do Conselho Nacional e ainda com poucos social-democratas presentes na unidade hoteleira para onde foi marcado, no exterior, Cristóvão Norte teve um desentendimento com outro participante, que envolveu empurrões.