As duas praias algarvias, no distrito de Faro, tinham ficado interditadas a banhos na quarta-feira, depois de uma análise da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), colhida na segunda—feira, ter revelado a presença de mais coliformes num valor que dobrava o legalmente permitido.
“Recolhida nova amostra durante o dia de ontem [quarta-feira], face aos resultados abaixo dos limites impostos pela legislação, deixam de existir restrições ao uso das águas balneares nas praias de Monte Gordo e Santo António, concelho de Vila Real de Santo António”, anunciou a APA num comunicado.
A mesma fonte recordou que, “através da sua ARH - Administração da Região Hidrográfica do Algarve, em articulação com a Autoridade de Saúde, desaconselhou ontem [quarta-feira], 29 de julho, o banho naquelas praias do Algarve por ter sido detetada a bactéria coliforme ‘Escherichia coli’, com o resultado de 2.087 NMP/100mL”, quando o “valor limite é de 1.000 NMP/100mL [número mais provável/mililitro]”.
“A amostra tinha sido recolhida no dia 27 de julho (segunda-feira) e o resultado foi conhecido ontem, dia 29 de julho”, referiu ainda.
A bandeira vermelha foi hasteada nas duas praias cerca das 15:00 de quarta-feira.
Posteriormente, a Câmara de Vila Real de Santo António atribuiu a presença de coliformes na água a uma descarga de um barco e anunciou que a autarquia vai realizar análises independentes.
“Às 15:00, nós tínhamos no site da APA a água como de excelente qualidade [nas duas praias] e, às 15:15, então publicam essa situação que apareceu um nível superior ao normal de coliformes fecais. E aí mandaram uma recomendação para cá a dizer que não era aconselhável banhos. Não é interditado, é não aconselhável”, distinguiu na ocasião a presidente da autarquia, Conceição Cabrita.
A autarca disse ter falado com responsáveis da Agência Portuguesa do Ambiente, que procede às análises a água, e com o capitão do porto de Vila Real de Santo António “a dizer que não entendia por que tem de ser içada a bandeira vermelha”, quando não havia interdição.
Conceição Cabrita disse ter recebido a resposta de que “nestas situações tem de ser sempre hasteada a bandeira vermelha” e adiantou que a autarquia estava à espera da contra-análise que a APA iria realizar e cujo resultado foi agora conhecido, levantando as restrições que havia nas duas zonas balneares.
A presidente sublinhou que no concelho “não há neste momento nenhum esgoto a sair para o mar” e que “deixou de haver fossas nos restaurantes” quando foi feita a obra de requalificação da praia e foi construído o passadiço de madeira que protege as dunas, pelo que se houve contaminação, como a APA aponta, ela “foi externa”.
“Pode ter sido, por exemplo, um barco que fez uma descarga, porque é estranho haver só em Vila Real de Santo António e Monte Gordo. Se fosse uma contaminação de esgotos, com as marés teria de ir para mais sítios e para o concelho de Castro Marim”, afirmou.
Comentários