A ação é uma extensão da Operação Lava Jato, que investiga o escândalo de corrupção na petrolífera estatal Petrobras e levou à descoberta de outros esquemas ilícitos em todos os setores da administração pública do Rio de Janeiro.
De acordo com os investigadores, Orlando Diniz desviou pelo menos três milhões de reais (750 mil euros) de duas entidades que recebem subsídios estatais - Serviço Social do Comércio (Sesc) e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) - para a empresa Thunder Assessoria Empresarial, onde é sócio administrador.
De acordo com as autoridades brasileiras, o presidente da Federação do Comércio do Rio de Janeiro alegadamente usou a rede de corrupção construída pelo ex-governador Sergio Cabral, já preso e com mais de vinte ações criminais abertas, para branquear capitais.
Um dos métodos para o desvio de recursos públicos foi através da contratação de funcionários-fantasmas com dinheiro destinado ao Sesc e o Senac, de acordo com a Polícia Federal.
Orlando Diniz já foi removido do cargo de presidente do Sesc e Senac do Rio de Janeiro pelo Tribunal Superior de Justiça (STJ) que descobriu várias irregularidades em seu desempenho.
Os investigadores suspeitam que contratações fantasmas com dinheiro do Sesc e Senac foram feitas a pedido do ex-governador Sérgio Cabral para aumentar a quantidade de subornos que eram distribuídos regularmente aos seus operadores mais próximos.
À luz dessas indicações, o juiz Marcelo Bretas, do Sétimo Tribunal Penal Federal do Rio de Janeiro, emitiu um pedido de prisão preventiva contra Orlando Diniz e outras três pessoas envolvidas nesta suposta rede corrupta.
Anteriormente, a polícia também revelou a transferência de mais de 13 milhões de reais (3,6 milhões de euros) da Federação do Comércio do Rio de Janeiro para a firma de Adriana Ancelmo, esposa do ex-governador Sergio Cabral.
As autoridades encarregadas do caso sustentam que, entre 2006 e 2017, os desvios na administração pública do Rio de Janeiro atingiram pelo menos 300 milhões de reais (75,3 milhões de euros).
Comentários