Isaías Samakuva falava à imprensa, à margem VI sessão ordinária do Comité Permanente da Comissão Política da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que vai analisar, entre outros assuntos da vida interna do partido, a questão das autarquias.
Na abertura da reunião, Isaías Samakuva disse que a UNITA é mais uma vez chamada a “desempenhar o seu papel de defensor do povo, impedindo as tentativas de subversão subtil do processo das autarquias e defendendo assim as expectativas dos angolanos”.
Instado a mencionar alguma dessas tentativas, o político, que é membro do Conselho da República, disse ter chegado a essa conclusão baseando-se no que tem sido dito sobre as eleições autárquicas em Angola.
“Leva-me a crer que há, mais uma vez, à semelhança do que acontece nas outras eleições, uma tentativa, não só de impor uma posição, se calhar, de um partido, mas também de aparecer com ideias completamente feitas”, criticou.
Para Isaías Samakuva, com base naquilo que tem observado, há “tendência clara de se constituir, de se reforçar, e de se continuar na desconcentração, ou seja, na criação de condições para uma administração local e não para a instauração do poder autárquico”.
O dirigente do maior partido da oposição angolana referiu que a reunião do Conselho da República foi convocada para tratar da questão das autárquicas e também do Orçamento Geral do Estado (OGE), considerando importante que saia deste encontro a data para a realização das primeiras eleições autárquicas em Angola.
“Acho que sim, é importante, este é um ponto importante, que devia ser definido amanhã”, frisou Isaías Samakuva.
Na reunião de hoje, a UNITA tomará uma decisão definitiva e que representará de facto a posição da direção do partido sobre as autarquias, acrescentou o presidente daquela formação política.
O Presidente de Angola, João Lourenço, realiza, na quinta-feira, a primeira reunião no seu mandato do Conselho da República, órgão de consulta do chefe de Estado angolano.
O Conselho da República, constituído em fevereiro deste ano, é integrado, por inerência de funções, pelo vice-Presidente de Angola, presidente da Assembleia Nacional, juiz conselheiro presidente do Tribunal Constitucional, Procurador-Geral da República, ex-Presidente da República, representante do MPLA, partido no poder, líderes dos partidos da oposição e membros da sociedade civil.
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