"Por que é que o Governo quer recuar tanto e destruir a economia, utilizando, uma vez mais, uma matriz de risco que está desadequada ao perigo real da pandemia no nosso país?", perguntou hoje o líder do CDS-PP, no Bombarral, acusando o executivo de António Costa de estar "completamente desorientado", alimentando "o medo, o susto e o pânico na vida dos portugueses".
A discursar na apresentação dos candidatos do CDS-PP à Câmara e freguesias do concelho do Bombarral, nas próximas eleições autárquicas, Francisco Rodrigues dos Santos recuou ao início da pandemia, em março de 2020, quando se dizia que "eram necessárias duas semanas para achatar a curva" e dar tempo ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) para reforçar meios e ter "a capacidade de responder a esta pandemia".
Mas, recordou, "depois disseram que era preciso mais tempo até chegarem as vacinas". E após a chegada destas, que "afinal ainda não era agora" que o país voltava à normalidade e "eram necessários mais sacrifícios e mais tempo".
Uma viagem no tempo para concluir que o Governo socialista chegou à atual fase da pandemia gerindo "pessimamente este confinamento", andando "ao sabor do vento" e mostrando que "comunica mal o que planeia ainda pior, sendo incapaz de prever acontecimentos e de apresentar soluções antecipadamente, e incapaz de assegurar que as próprias regras que impõe são cumpridas pelos portugueses".
No entendimento do líder dos populares "nenhum português compreende como é que o Governo impõe [hoje] medidas iguais àquelas que impôs há um ano atrás, quando as circunstâncias são completamente diferentes", dado a percentagem de pessoas vacinadas ser cada vez maior, a pressão sobre o SNS estar "controlada" e o número de mortes "bastante reduzido".
Na intervenção Rodrigues dos Santos não poupou também críticas a Marta Temido, questionando-se onde anda a ministra da Saúde quando, nas conferências de imprensa deixa a ministra do Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, "a comunicar medidas sanitárias aos portugueses", questionando a "racionalidade" desta opção.
No rol das criticas do presidente do CDS voltou também a estar o Ministro da administração Interna, Eduardo Cabrita, que mais um vez exortou a esclarecer o país sobre o acidente que vitimou um trabalhador, na Autoestrada 6, e sobre o qual “tem saído notícias muito contraditórias”, levantando “cada vez mais dúvidas e suspeitas sobre aquilo que aconteceu”.
“Este é um mau caminho, que nada abona a favor da transparência de todo este processo de investigação”, afirmou, aludindo ao “embaraço nacional que se gerou à volta do acidente” com a viatura onde circulava Eduardo Cabrita, que acusou de “só se manter se em funções porque pertence aquele grupo restrito de militantes do Partido Socialista que mandam no país” depois de integrado os governos dos chefes de Governo António Guterres e José Sócrates e de estar “no círculo mais íntimo da confiança” de António Costa.
Ao “conjunto de episódios que mancham o nome deste Governo de Portugal”, juntou as polémicas relacionadas com o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), as golas inflamáveis fornecidas aos bombeiros, a requisição civil de um empreendimento turístico em Odemira, os boletins de voto nas eleições presidenciais e os helicópteros Kamov.
Contas feitas, conclui o presidente do CDS, Eduardo Cabrita “é a personificação da inimputabilidade do Partido Socialista quando está no poder” e “incapaz de assumir responsabilidades e vir a público esclarecer as circunstâncias dos trágicos acontecimentos em que se encontra envolvido” quando “a decência das coisas não se mede pelo facto de existirem ou não acidentes” mas sim, “pela dignidade com que se lida com eles”, rematou.
Francisco Rodrigues dos Santos discursava perante dezenas de militantes que hoje assistiram à apresentação de Rosa Guerra como candidata do CDS à Câmara do Bombarral, onde o partido concorre a todas as freguesias do concelho atualmente liderado pelo PS.
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