“Há que construir uma nova oferta política das esquerdas para contrariar o neoliberalismo e o nacionalismo”, disse Cambadélis, que referiu que uma direção coletiva ficará agora responsável pelo partido.
De acordo com as projeções difundidas ao início da noite pela imprensa francesa, o Partido Socialista (PS), que até agora detinha a maioria na Assembleia Nacional (com um total de 577 lugares), conseguirá eleger entre 27 e 49 deputados, juntamente com os seus aliados ecologistas.
“A esquerda tem de mudar, quer a forma quer o fundo, quer as suas ideias quer as suas organizações. Ela deve abrir um novo ciclo”, declarou o líder socialista, para quem é necessário “repensar as raízes do progressismo, que são o estado de bem-estar e a extensão constante dos direitos”.
“Tomo esta decisão sem amargura ou raiva, consciente do meu dever e do momento crucial que a esquerda atravessa “, disse.
Cambadélis assinalou que o “triunfo incontestável” do partido do Presidente, Emmanuel Macron (A República Em Marcha!), e a “derrota inquestionável” da esquerda e “sem contestação” do PS francês devem abrir uma reflexão.
“Os franceses optaram por dar uma oportunidade ao Presidente e não deixaram opções aos seus adversários. Tem todo o poder. Mas o seu triunfo esconde um lado artificial (…) porque a sua imponente maioria não reflete a realidade social do país”, afirmou.
Cambadélis pediu a Macron que “escute o país” e que não se afaste do “diálogo social”.
O partido do Presidente francês, Emmanuel Macron, terá obtido hoje a maioria absoluta, entre 355 e 425 assentos, num total de 577, segundo as sondagens à boca da urna.
A abstenção atinge mais de 56%, um recorde para uma segunda volta das legislativas.
O partido de direita Os Republicanos terá obtido 97 a 130 lugares e o Partido Socialista entre 27 e 49, enquanto a extrema-direita garantiu a eleição de quatro a oito deputados e a esquerda radical (França Insubmissa e Partido Comunista) um total de 10 a 30 assentos.
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