Tsai, do Partido Democrático Progressista, pró-independência, realizou uma paragem de duas noites em Nova Iorque, a caminho da região do Caribe, onde visitará os aliados de Taipé na região.
A visita ocorre apesar dos protestos de Pequim, que pediu aos EUA que não permitam que Tsai transite pelo país e que tratem com “cautela” as questões relacionadas com Taiwan.
Mas, na mesma semana, o Departamento de Estado norte-americano aprovou uma venda de armamento a Taiwan no valor de 2,2 mil milhões de dólares, numa outra decisão que Pequim considera provocativa.
Embora Tsai tenha visitado os EUA antes, esta foi a sua primeira viagem como líder de Taiwan a Nova Iorque, onde Taiwan mantém uma representação consular e comercial não oficial, próximo da sede das Nações Unidas.
Taiwan não é membro da ONU, mas 17 países continuam a manter relações diplomáticas com a ilha.
O itinerário de dois dias de Tsai em Nova Iorque, aprovado pelo Governo norte-americano, incluiu um encontro com representantes de empresas de Taiwan e um banquete com membros da comunidade taiwanesa radicada nos EUA.
A sua comitiva, protegida por agentes federais e da polícia de Nova Iorque, foi recebida no hotel Grand Hyatt por centenas de manifestantes pró-Taiwan, agitando bandeiras taiwanesas e norte-americanas.
Do outro lado da rua, um grupo menor, de manifestantes pró-Pequim, gritava “Abaixo Taiwan” e “Unificar a China!”.
Numa referência a Pequim, Tsai disse: “Quero reiterar que Taiwan não é e nunca será intimidado”.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana.
Pequim cortou os mecanismos de diálogo com Taipé desde a eleição de Tsai Ing-wen, em 2016, e afirma que só aceita voltar atrás se a líder taiwanesa declarar que a ilha é parte da China.
Desde o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), em 2017, que as incursões de aviões militares chineses no espaço aéreo taiwanês se intensificaram, levando analistas a considerarem como cada vez mais provável que a China invada Taiwan.
Washington, que rompeu relações diplomáticas com Taipei em 1979 e passou a reconhecer o Governo de Pequim como o único representante da China, continua a ser o maior aliado de Taipé e o seu principal fornecedor de armas.
O périplo de Tsai, de 12 dias, incluiu paragens em São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia e Haiti.
“Liberdade, democracia e sustentabilidade são os valores taiwaneses que queremos compartilhar com todos os nossos bons amigos”, disse Tsai, antes de partir.
Comentários