Organizado pela atual presidência eslovena do Conselho da UE, o Conselho Europeu informal de quarta-feira em Kranj com os líderes dos países dos Balcãs Ocidentais — Albânia, Bósnia e Herzegovina, Sérvia, Montenegro, Macedónia do Norte e Kosovo -, que visa reforçar as perspetivas europeias da região ainda que não sejam esperadas decisões sobre o processo de alargamento, será antecedido, hoje ao final da tarde, de um jantar de trabalho reservado apenas aos 27, para tratar de assuntos “internos” embora com uma forte componente externa.

O objetivo do presidente do Conselho Europeu é que os líderes tenham “uma discussão estratégica sobre o papel da União na cena internacional, à luz dos recentes desenvolvimentos no Afeganistão, a parceria de segurança AUKUS [entre Estados Unidos, Canadá e Austrália] e a evolução das relações com a China”, tal como indica na carta-convite dirigida aos chefes de Estado e de Governo.

“Tal como acordámos na agenda estratégica 2019-2024, precisamos de prosseguir uma linha de ação estratégica e aumentar a nossa capacidade de agir autonomamente para salvaguardar os nossos interesses, defender os nossos valores e modo de vida, e ajudar a moldar o futuro global”, escreveu no convite dirigido aos líderes dos 27, entre os quais o primeiro-ministro, António Costa.

Segundo o presidente do Conselho, tal “exige que a UE se torne mais assertiva e eficaz”.

“As relações com parceiros estratégicos, incluindo os nossos parceiros transatlânticos, e as potências emergentes têm de ser uma componente chave de uma política externa robusta. Os nossos objetivos nestes aspetos não mudaram, mas os desenvolvimentos recentes exigem que reflitamos sobre a melhor forma de os alcançar”, desenvolve.

Já quanto à cimeira de quarta-feira com os países dos Balcãs Ocidentais, Charles Michel observa que “será uma oportunidade oportuna para recordar a importância estratégica dos Balcãs Ocidentais para a União” e para discutir o compromisso da UE com a região.

Fora da agenda estará, todavia, a questão dos processos de adesão, numa altura em que a Bulgária continua a bloquear a abertura formal de negociações com a Macedónia do Norte — o que também tem adiado o lançamento das discussões formais com a Albânia, isto apesar de há muito os dois países terem recebido ‘luz verde’ da Comissão Europeia.

Portugal está representado na cimeira pelo chefe de Governo, António Costa.