O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, apelou para o fim “imediato da escalada da violência e do derramamento de sangue” no Sudão, num comunicado citado pela agência espanhola EFE.
O diplomata egípcio condenou o “recurso às armas e aos confrontos”, e disse estar pronto a intervir com as partes para pôr fim aos combates.
Lamentou ainda que os confrontos armados tivessem eclodido “durante o dia do mês santo do Ramadão” e apelou para a “responsabilidade das partes beligerantes em manter a segurança dos civis”.
Com sede no Cairo, a Liga Árabe tem 22 membros, incluindo o Sudão.
Os confrontos começaram hoje de manhã, em Cartum e noutras áreas do país, entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
A situação motivou reações de vários países árabes, com a Arábia Saudita a apelar aos políticos sudaneses para “darem prioridade à linguagem de diálogo, moderação e sabedoria”.
Riade pediu às partes que completem o consenso alcançado com o acordo-quadro para a transição democrática, “sob o qual a estabilidade política, a recuperação económica e a prosperidade serão alcançadas para o Sudão”.
Também em comunicado, o Egito disse seguir com preocupação a situação no Sudão e apelou a todas as partes para exercerem “a máxima contenção a fim de proteger vidas” e “defender os interesses superiores da pátria”.
O Qatar expressou igualmente “profunda preocupação” e pediu “a cessação imediata dos combates e a resolução de disputas através do diálogo e de meios pacíficos”.
As RSF anunciaram que tomaram o controlo do Palácio Presidencial de Cartum, mas as forças armadas negaram a informação.
Os paramilitares são liderados pelo vice-presidente do Conselho Soberano e número dois do Exército, Mohamed Hamdan Dagalo, também conhecido por “Hemedti”.
O Sudão, com mais de 49 milhões de habitantes, situa-se no nordeste do continente africano, junto ao Mar Vermelho, que separa o país da Arábia Saudita.
Tem fronteiras terrestres com Egito, Eritreia, Líbia, Chade, República Centro-Africana e Sudão do Sul.
Independente do Reino Unido em 1956, o país foi dividido em dois em 2011, com a secessão do Sudão do Sul.
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