Em comunicado hoje divulgado, a LBP explica que a auditoria foi pedida, “devido a situações em que por exemplo bombeiros de Cascais, Sintra ou Oeiras são obrigados a responder a chamadas no distrito de Setúbal, com tempos que ultrapassam uma hora”.
Salientando estar “empenhada em ajudar a resolver o problema dos atrasos na resposta a situações de emergência médica”, a LBP refere que “já manifestou por várias vezes essa disponibilidade ao INEM, que nunca deu resposta”.
Fonte oficial do INEM, contactada pela Lusa, afirmou que aquele organismo e a LBP “têm vindo a dialogar sobre várias matérias relacionadas com a emergência médica pré-hospitalar”, e que, “da parte do INEM, este diálogo continuará a ser feito em sede própria e diretamente com a LBP”.
“É de referir que grande parte do socorro pré-hospitalar é já assegurado pelos Corpos de Bombeiros enquanto entidades integrantes do Sistema Integrado de Emergência Médica”, lê-se numa nota enviada à agência Lusa.
Por seu lado, a LBP alerta, que “já o manifestou várias vezes ao INEM e à tutela, que o número de ambulâncias de que a emergência pré-hospitalar dispõe é insuficiente tendo em conta o número de ocorrências”.
“O reforço dos postos está em execução, mas infelizmente sem os resultados desejados e sem que a Liga tenha sido ouvida relativamente ao seu posicionamento”, lamenta.
A Liga alega que já propôs ao INEM “a absoluta disponibilidade dos corpos de bombeiros para terem, todos e cada um deles, uma ambulância de socorro, para além do reforço de ambulâncias em alguns dos postos de emergência médica já em operação”.
“Neste momento já existem cerca de 300 ambulâncias a ser operadas pelos corpos de bombeiros (a que se juntam cerca de 40 na Cruz Vermelha e cerca de 60 no INEM)”, refere a LBP, indicando que “manifestou igualmente disponibilidade para operar ela própria três ambulâncias em Lisboa, o distrito onde se verificam mais carências e os atrasos no socorro são mais significativos”.
A Liga alerta que, “apesar de cerca de 75% das ambulâncias de socorro serem operadas pelos Bombeiros, através de protocolos, é ao INEM que compete, por lei, a definição, organização, coordenação e avaliação das atividades de emergência médica, nomeadamente no que diz respeito ao socorro pré-hospitalar”.
Para a LBP, “os Bombeiros não podem ser responsabilizados pela agudização do estado de saúde das vítimas de acidentes ou doenças súbitas devido ao facto de o INEM não estar organizado ou o Estado não garantir os meios suficientes”.
Na nota enviada à Lusa, o INEM lembra os dados que divulgou hoje, que mostram que “os tempos para acionamento do primeiro meio de emergência situam-se nos três minutos, com 99,86% das situações a contarem com acionamento do primeiro meio em menos de 30 minutos, e destas, 90% contaram com o acionamento do meio até cinco minutos”.
O INEM sublinha que estes números “demonstram o bom desempenho do sistema, em linha com os resultados obtidos noutros sistemas de emergência médica como Espanha ou Reino Unido”.
De acordo com os dados, o INEM demorou uma hora ou mais a acionar meios de assistência em mais de mil dos cerca de 931 mil acionamentos registados entre janeiro e agosto deste ano.
Os acionamentos feitos numa hora ou mais são 0,125% do total de acionamentos registados nos primeiros oito meses do ano passado (931.685), o que corresponde a 1.164.
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