"Uma das grandes decisões do Fundo de Desenvolvimento Turístico será financiar e apoiar as juntas de freguesia com grande intensidade de turismo na aquisição de meios adicionais para o reforço dos seus serviços de limpeza", anunciou hoje o presidente da Câmara.
Este mês, a Câmara de Lisboa anunciou que vai destinar 11,3 milhões de euros do orçamento de 2017 para projetos abrangidos pelo Fundo de Desenvolvimento Turístico da cidade, suportado por receitas da taxa turística.
Intervindo na abertura do debate anual sobre o estado da cidade, na Assembleia Municipal de Lisboa, Medina frisou que "faz mal quem teme o desenvolvimento do turismo, mas faz igualmente mal quem ignorar os impactos que o turismo traz para a vida da cidade".
"O que nós temos de fazer é conseguir um equilíbrio no desenvolvimento do turismo e saber gerir de forma adequada as externalidades negativas que ele provoca", advogou.
O líder do executivo de maioria socialista observou que o facto de a Lei do Financiamento das Autarquias se basear em "critérios de população residente não é suficiente para as de maior intensidade turística".
"Reconhecemos que os atuais instrumentos não são suficientes e reconhecemos que, para que possamos ter uma compatibilidade entre residentes, população turística e um bom desenvolvimento do setor do turismo, precisamos de reforçar os meios financeiros dessas mesmas juntas de freguesia", firmou.
Apesar disso, Medina não revelou qual a verba em questão.
Intervindo no debate anual sobre o estado da cidade, algumas forças políticas criticaram a falta de limpeza em algumas zonas da cidade.
"Até o lixo, essa simpática forma de resíduo metropolitano, quis cumprimentar o senhor presidente da Câmara, acumulando-se" na rua, ironizou o deputado social-democrata Luís Newton, acrescentando que "o lixo é só mais um sinal da desorganização e falta de planeamento que reina na cidade".
Da mesma bancada, o deputado João Magalhães Pereira frisou que "a recolha de lixo tardia e descoordenada" provoca "situações de pestilência e de focos de salubridade".
Já o CDS-PP frisou que a "sujidade da cidade continua a ser uma das principais críticas de quem visita Lisboa".
O debate ficou também marcado por intervenções que se debruçaram sobre os espaços verdes e o arvoredo da cidade.
Considerando que "Lisboa continua a padecer dos mesmos males, [e] alguns chegaram mesmo a agravar-se", o PEV frisou que o "executivo livrou-se dos espaços verdes para as freguesias, sem saber o que estava a fazer", o que "resultou em diversos abates de árvores".
Diogo Moura, do CDS-PP, manifestou "preocupação com o abate desnecessário de árvores devido a obras", afirmando que "é necessário que o regulamento do arvoredo seja aprovado".
Na sua intervenção, o presidente da Câmara apontou ainda que "as obras da zona de Entrecampos [Eixo Central] e frente ribeirinha estão a decorrer dentro do calendário previsto", prevendo que as intervenções deverão terminar no "início de 2017" e "primeiro ou segundo trimestre de 2017", respetivamente.
Relativamente à Websummit, que decorre de 07 a 10 de novembro, Medina disse que a edição de Lisboa "será o maior evento" da organização, uma vez que contará com "60 mil participantes, de mais de 160 nacionalidades".
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