“Temos que reconhecer que existe muita oposição local a novos empreendimentos e projetos de exploração mineira. Isto deve-se ao medo do desconhecido e a uma imagem degradada do setor”, afirmou a secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, que falava na conferência “Conversas Informadas sobre o lítio em Portugal”, que decorre na sede da Ordem dos Engenheiros, em Lisboa.
A governante admitiu que existem alguns maus exemplos, “sobretudo no passado”, sublinhando que é preciso fazer melhor.
Por outro lado, lembrou que a Europa importa matéria-prima de países onde os direitos humanos não são cumpridos.
Contudo, notou que existem bons projetos nesta área, vincando que é estes que o executivo quer seguir.
“Temos exemplos que mostram que a atividade mineira pode desenvolver a economia, melhorar as condições de vida das populações e ter um bom desempenho ambiental”, destacou.
Durante a cerimónia de abertura da conferência, a governante disse ainda ser difícil, para um cidadão comum, “compreender a pegada ambiental que as matérias-primas trazem consigo”, o que referiu estar, sobretudo ligado à distância entre a atividade extrativa e os bens de consumo.
Ainda assim considerou ser “inevitável” que as matérias-primas façam parte da nossa sociedade e economia.
Maria João Pereira assinalou também que o lítio está inserido nas matérias-primas “críticas e estratégicas”, sobretudo para a transição energética, à semelhança do que acontece com o cobre e o feldspato.
“Os critérios que devem levar à exploração de um mineral num determinado local são as suas reservas e a pegada ambiental de toda a cadeia de valor. Isto significa que sabemos que uma boa parte da pegada está associada ao transporte”, acrescentou, sublinhando que para o Governo é importante que Portugal continue a investir no reconhecimento dos seus minerais.
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