Segundo Pedro Manuel, presidente executivo da Bitcliq, ‘startup’ de Caldas da Rainha, a ‘lota digital’ é um projeto iniciado há ano e meio no Porto de Peniche, juntando 30 embarcações de pesca, e tem como principal inovação a venda de pescado através da plataforma ‘online’ logo a partir das embarcações, sem que estas necessitem de descarregar as capturas na lota.
Trata-se de um investimento de um milhão de euros, financiado em 350 mil euros pelo Fundo de Inovação Social, destinado não só a aumentar a rentabilidade do setor, mas também a garantir a qualidade alimentar do pescado junto dos consumidores.
Ainda na embarcação, os pescadores fornecem diversas informações para a plataforma ‘online’, nomeadamente do barco, do tipo de pesca, de controlo de qualidade, a espécie ou calibre, através de aplicações instaladas em telemóveis ou equipamentos informáticos associados a balanças digitais, com câmaras de vídeo incorporadas.
O projeto envolve diversas empresas parceiras ligadas ao embalamento, transporte e compra de pescado, que vão introduzir ou aceder às informações do pescado, levando-as “até ao prato” dos consumidores.
A empresa tenciona, dentro dos próximos dois anos, alargar o projeto a outros portos nacionais, começando pelo de Sesimbra, e também aos portos espanhóis, depois de ser “desafiado por clientes” do país vizinho.
Na apresentação do projeto, o secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, afirmou que as lotas já fazem ‘leilão online’ do pescado que, devido à pandemia, passou a ter uma adesão “de 90 para 150 compradores”.
Além de ser “mais um canal de vendas” online, reconheceu que a ‘lota digital’ é um “projeto de inovação para valorizar o produto”, contribuindo para aumentar o preço do pescado e para melhorar o rendimento dos pescadores, tendo a mais-valia de “levar a informação do barco até ao prato” do consumidor.
Já o secretário de Estado do Planeamento, José Gomes Mendes, sublinhou a “incorporação de tecnologia numa área tradicional” da economia.
*Artigo corrigido às 18h54
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