Durante uma visita a várias lojas e serviços atingidos por inundações na Flamenga, o presidente da Câmara Municipal, Ricardo Leão (PS), indicou à Lusa a nova estimativa, com 30 milhões de euros de prejuízos em infraestruturas públicas e o restante no comércio local.
O balanço anterior da autarquia apontava para prejuízos globais de mais de 20 milhões.
Em declarações aos jornalistas durante a visita, Ricardo Leão explicou os apoios que a autarquia vai entregar às famílias e às empresas, um “balão de oxigénio” enquanto as ajudas “imprescindíveis” do Governo não chegam.
A autarquia, no distrito de Lisboa, vai apoiar as empresas com até 50 mil euros cada, de acordo com os prejuízos apresentados, através do pagamento de 30% dessas perdas.
“A única limitação que estamos a fazer nesta fase é apoiar todas as empresas que tenham um volume de negócio não superior a 500 mil euros”, indicou o presidente do município.
Ricardo Leão anunciou também a atribuição de “um vale a cada família para poder comprar no comércio local o recheio das suas casas”, independentemente dos rendimentos de cada agregado. O valor poderá ser gasto nos estabelecimentos indicados pela autarquia.
De acordo com a Câmara de Loures, cerca de 150 famílias registaram perdas nas suas casas, sobretudo eletrodomésticos e mobiliário, não se encontrando neste momento ninguém desalojado.
Os apoios serão suportados pelo Fundo de Emergência Municipal, dotado com um milhão de euros e cujo regulamento vai ser aprovado na quarta-feira em reunião camarária.
Na visita, esteve ainda o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, que quis conhecer os “testemunhos reais” e os “impactos concretos” causados pelas cheias no concelho.
“No caso das famílias, estão já a chegar apoios por via da Segurança Social”, garantiu Nuno Fazenda, indicando que o executivo nacional está a “desenhar os apoios” que vão ser atribuídos às empresas e que ainda não é possível “apurar com rigor” os danos causados na Grande Lisboa.
O Governo anunciou que vai apoiar os municípios afetados pelo mau tempo deste mês, devendo as autarquias fazer o levantamento dos prejuízos até, no máximo, 15 de janeiro.
No concelho de Loures, a Baixa de Loures, a Flamenga e Frielas foram as zonas mais afetadas pelo mau tempo deste mês, com a chuva forte e o transbordo da ribeira de Odivelas (que continua em Loures) a inundar as zonas envolventes da Estrada Nacional 8.
A Proteção Civil registou mais de 7.950 ocorrências de mau tempo no território continental, inclusive 4.841 inundações, e 88 desalojados desde as 00:00 do dia 07 e até às 08:00 do dia 15.
Lisboa foi um dos distritos mais afetados pelas chuvas fortes e persistentes.
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