Luís Filipe Vieira foi detido esta quarta-feira no âmbito de um processo que envolve suspeitas de vários crimes. O dirigente encarnado vai passar a noite na esquadra da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Moscavide.

Esta investigação originou mais três detidos além do líder encarnado: José Manuel dos Santos, conhecido como "Rei dos Frangos", Tiago Vieira, o filho do presidente do Sport Lisboa e Benfica, e Bruno Macedo, empresário de Braga encarregue pela intermediação do regresso de Jorge Jesus ao clube da Luz.

Está previsto que os quatro detidos sejam presentes esta quinta-feira ao juiz Carlos Alexandre, que está a liderar o processo, para o primeiro interrogatório judicial, com vista à aplicação de medidas coação.

O que motivou as detenções?

Depois de a detenção ser anunciada pelos jornais, o Ministério Público (MP) publicou uma nota ao final da tarde em que confirmou as buscas e a detenção de quatro pessoas: dois empresários, um agente desportivo e um dirigente desportivo (sem, contudo, identificar nenhum deles). O MP justificou as detenções de modo a "evitar ausências de arguidos e a prevenir a consumação de atuações suspeitas em curso". Isto é, a fuga dos visados e a adulteração das provas recolhidas.

Em causa estão factos ocorridos desde 2014 (até ao presente) e suscetíveis de integrarem a prática, entre outros, de crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento. Hoje foram cumpridos 45 mandados de busca que abrangeram instalações de sociedades, domicílios, escritórios de advogados e uma instituição bancária. As buscas decorreram nas áreas de Lisboa, Torres Vedras e Braga.

O comunicado também esclarece que o processo investiga negócios e financiamentos com um montante total "superior a 100 milhões de euros" que, crê o MP, poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades.

Nas operações de buscas estiveram envolvidos Inspetores Tributários (de Braga e Lisboa) e profissionais da Direção de Serviços de Investigação da Fraude e de Ações Especiais (DSIFAE). A estes acrescem quatro magistrados do Ministério Público, três juízes de Instrução Criminal e 74 polícias da PSP.

O processo foi levado a cabo pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), estando a investigação a cargo da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT). Conta-se ainda com o apoio da Polícia de Segurança Pública (PSP). O inquérito encontra-se em segredo de justiça.

Direção do Benfica reúne-se de emergência

A direção encarnada reuniu esta tarde de emergência para analisar as repercussões da operação em curso.

E, caso se seja decretada a prisão preventiva de Vieira, de acordo com Observador, já existem dois nomes para o substituir: Almeida Lima e José Eduardo Moniz.