“Se mudarmos a Constituição, teremos de incluir a eleição presidencial. E estou inclinado para uma eleição presidencial antecipada. Não a excluo”, disse Lukashenko, numa entrevista transmitida pelos meios de comunicação russos.
Perante manifestações de protesto de uma escala sem precedentes, desde a sua polémica reeleição, em agosto, Alexander Lukashenko tem recusado qualquer negociação com a oposição, referindo apenas um vago projeto de reforma constitucional que reduziria um pouco o imenso poder do chefe de Estado.
O Presidente explicou que o tema das eleições antecipadas será debatido na assembleia popular pan-bielorrussa, que será realizada em dezembro ou janeiro próximos.
“Não falo de um cronograma, porque teremos que adotar a Constituição e organizar eleições locais primeiro”, acrescentou Lukashenko, durante a entrevista, em que voltou a insistir que não sairá do seu lugar de Presidente sob pressão.
“Não sou covarde. Não tenho medo. Não fugi e não vou fugir. E os meus filhos também não vão para lado nenhum”, disse Lukashenko.
Quase todas as principais figuras da oposição foram presas ou forçadas ao exílio nas últimas semanas, ao mesmo tempo que se intensificam as manifestações de protesto contra o regime.
Os Estados Unidos, a União Europeia e diversos países vizinhos da Bielorrússia rejeitaram a recente vitória eleitoral de Lukashenko e condenaram a repressão policial, exortando Minsk a estabelecer um diálogo com a oposição.
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