De acordo com esta sondagem, Lula da Silva, presidente do Brasil entre 2003 e 2010, tem 30% das intenções de voto dos brasileiros, apesar de cumprir uma sentença de 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro que o incapacita eleitoralmente por ter sido condenado por um crime no tribunal em segunda instância, num caso relacionado com o escândalo Lava Jato.

O Partido dos Trabalhadores (PT), que defende a inocência de Lula, garante que a legislação não nega o direito de o candidato mais popular disputar as eleições e vai apresentar recurso perante o tribunal eleitoral e o Supremo Tribunal para registar o seu candidato.

O estudo assinala ainda que mais de um terço dos eleitores manifestaram não ter uma opção de escolha para candidato à presidência caso Lula não concorra às eleições.

Nas intenções de voto, a seguir a Lula estão o candidato Jair Bolsonaro, líder da extrema direita pelo Partido Social Liberal (PSL), com 17%, a ambientalista Marina Silva do Partido Rede Sustentabilidade (REDE) com 10% e o social-democrata Geraldo Alckmin, empatado com Ciro Gomes do Partido Democrático Trabalhista (PDT), ambos com 6%.

Numa eventual segunda volta, o ex-presidente Lula ganharia em qualquer cenário, com as intenções de voto a oscilar entre 46% e 49%.

O ex-ministro das Finanças Henrique Meirelles, que lançou a sua candidatura pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) com o apoio do presidente Michel Temer tem apenas 1% das intenções de voto, segundo o Datafolha.

Na sexta-feira, o PT reafirmou a intenção de registar a candidatura de Lula em 15 de agosto.

No caso de Lula ser permanentemente desqualificado, os candidatos mais prováveis para substituí-lo são o ex-prefeito de São Paulo, maior cidade do Brasil, Fernando Haddad, e o ex-governador da Baía, Jaques Wagner, que têm a preferência de 1% dos brasileiros, segundo a pesquisa.

O instituto Datafolha entrevistou 2.824 eleitores de 174 municípios entre 06 e 07 de junho e é a primeira sondagem realizada após a greve dos camionistas que paralisou o Brasil por 11 dias devido à escassez de combustível e alimentos o que causou uma crise no governo e abalou a economia do gigante sul-americano.