“Só tem de fazer uma coisa: escutar a ciência, aqueles que sabem, e cumprir as normas”, disse o antigo chefe de Estado brasileiro, sem se dirigir diretamente a Bolsonaro, um dos líderes mais negacionistas sobre a gravidade da covid-19.
De acordo com a agência Efe, o líder do Partido dos Trabalhadores (PT), de 75 anos, foi inoculado com a segunda dose da vacina chinesa Sinovac, numa altura em que o Brasil atravessa a pior fase da pandemia, com uma média diária de 3.000 mortos.
O país sul-americano é atualmente a nação mais afetada pela doença, em termos de incidência diária, registando um total de 328.206 mortes por covid-19 e 12.910.082 casos desde o início da crise sanitária, há pouco mais de um ano.
O antigo líder sindical e presidente do Brasil, entre 2003 e 2010, transmitiu a sua vacinação através das suas páginas nas redes sociais, e realçou que a imunização vai aumentar a sua proteção contra o vírus, mas precisou que não é o momento de relaxar.
“Nada de brincar e de duvidar desse vírus que a natureza impôs à humanidade. O coronavírus é uma guerra da natureza contra a humanidade, talvez devido à irresponsabilidade que os humanos tiveram durante tanto tempo contra o meio ambiente”, referiu.
Luiz Inácio Lula da Silva é o principal rival político de Jair Bolsonaro no campo da esquerda, e alinhou-se como um contrapeso político ao presidente brasileiro no combate ao vírus, aumentando a pressão sobre o líder da extrema-direita brasileira.
Bolsonaro criticou em várias ocasiões as medidas de restrição impostas por governadores e prefeitos (presidentes de câmara municipal) para conter o avanço do vírus, questionando também o uso de máscaras e a própria eficácia da vacina.
Ambos os dirigentes se poderão enfrentar nas eleições presidenciais de 2022, depois de a justiça brasileira ter anulado quatro processos contra o ex-presidente devido a erros processuais e ordenou que se repitam novamente noutros tribunais.
A anulação das condenações contra Lula da Silva, que tinham sido confirmadas por tribunais de segunda e terceira instância, habilitou o ex-presidente a poder disputar as eleições presidenciais no próximo ano, depois de não o poder ter feito em 2018.
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