“Sem sombra de dúvida foram os maiores danos de sempre”, disse Zélia Baptista.

Numa visita da Lusa à escola foi possível constatar um amontado de cimento dos muros que estavam a delimitar dois jardins exteriores, a queda de quase todas as árvores na zona de recreio, e algumas janelas e portas partidas, sobretudo na ala mais nova das instalações, junto ao hotel Grand Lisboa.

Uma das ruas junto à escola – onde o artista português Vhils tinha em junho esculpido um mural – continuava, ao início da noite (tarde em Lisboa), cortada ao trânsito, com árvores arrancadas a atravessar a estrada, e um candeeiro de rua tombado junto a uma paragem de autocarro estilhaçada, testemunha da força dos ventos que assolaram o centro da cidade.

Zélia Baptista explicou que a ala nova da escola foi “bastante afetada por placas que voaram do Grand Lisboa”, situado a poucos metros.

O tufão Hato partiu também um painel em vidro na zona da cantina, e causou danos num carro da direção e nos ares condicionados instalados nos telhados da escola.

Zélia Baptista disse à agência Lusa que já foi feito um levantamento dos estragos, mas que “ainda é cedo para avaliar os prejuízos”.

“Amanhã [quinta-feira] é preciso conversar com os elementos do conselho de administração, planificar as intervenções a realizar, e assim dar-se o máximo para se conseguir começar as aulas no dia 06 conforme previsto”, afirmou a vice-presidente.

“Fiquei muito frustrada. Senti uma mágoa muito grande quando cheguei à escola. Parecia um cenário de destruição total e já tínhamos praticamente tudo pronto para o início das aulas”, afirmou, indicando que já tinham sido realizadas limpezas, pinturas e algumas intervenções no interior e exterior.

A prioridade, explicou, “é limpar a sujidade e lamas e remover o lixo. Depois é pedir orçamentos e começar as obras, o mais rapidamente possível”.

“Agora voltámos quase à estaca zero”, disse, afirmando que os trabalhos deverão começar “pelas salas de aula, recreios e cantina”.

Atualmente com mais de 550 alunos entre o 1.º e 12.º ano, a Escola Portuguesa de Macau celebra, no próximo ano letivo, o vigésimo aniversário.

O tufão Hato provocou cinco mortos e 153 feridos à passagem por Macau, além de inundações e o corte de energia na cidade.