Macron oficializou hoje o convite que já tinha avançado num discurso em pleno verão, quando se dirigiu ao país prometendo tomar “a iniciativa política” depois de um semestre tenso marcado pela crise em torno da reforma das pensões e pela onda de violência urbana no final de junho devido à morte do adolescente Nahel baleado por um polícia.
“A ambição será chegar a acordo sobre linhas de ação que possam ser traduzidas concreta e rapidamente (…) nos textos legislativos elaborados em conjunto”, disse Macron, que garantiu que o seu gesto era “uma mão estendida com lealdade”.
A carta foi enviada a todos os grupos políticos representados na Assembleia Nacional, incluindo a extrema-direita de Marine Le Pen e a esquerda radical de Jean-Luc Mélénchon, a França Insubmissa, que o Presidente quis inicialmente excluir por serem “antirrepublicanos”, apesar de ambos os partidos serem o segundo e o terceiro mais representados.
O Presidente francês, cujo governo enfrenta dois grandes desafios legislativos no último trimestre de 2023, com lei da imigração e o orçamento para 2024, tem, em teoria, poucos aliados para compensar a sua maioria relativa na legislatura.
Excluindo a União Nacional (RN, na sigla em francês) de Le Pen e a França Insubmissa, que se posicionam como antagonistas do projeto liberal de Macron, os socialistas e os ecologistas estão em desacordo sobre a maioria dos projetos presidenciais.
Os Republicanos (direita tradicional) é o partido que, em princípio, teria mais pontos de convergência com a maioria que apoia o chefe de Estado (Renascença e aliados centristas), mas a sua atual direção, liderada por Éric Ciotti, tem tentado distanciar-se de Macron para não perder mais votos à direita para Le Pen.
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