A ministra da Saúde espanhola, Dolors Montserrat, assegurou hoje que o facto da sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA no acrónimo inglês) não ser a capital catalã é “um dano direto” do independentismo e espera que seja “o último dano” que este faça à Catalunha e ao resto da Europa”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel García Margallo, já tinha considerado na segunda-feira que qualquer organização procura estabilidade e continuidade e que o processo independentista “não era a melhor carta de apresentação para este tipo de agência”.
“Fez-se um enorme esforço, mas estava-se a remar contra a corrente”, disse, acrescentando que, se as empresas estão a sair da Catalunha, não tinha muito sentido pensar que as agências iriam para essa região.
Por seu lado o líder separatista e presidente demitido do governo catalão, Carles Puigdemont, refugiado em Bruxelas (Bélgica) defendeu que, “até 01 de outubro, Barcelona era favorita”, mas com “violência, retrocesso democrático e o 155, o Estado [espanhol] sentenciou” a sorte da candidatura.
O Conselho de Ministros responsável pelos Assuntos Gerais da União Europeia eliminou na segunda-feira Barcelona na primeira volta da votação para eleger a nova sede da EMA que abandona Londres devido à decisão do Reino Unido de sair do clube europeu.
Das três cidades que passaram à segunda volta, Milão (Itália), Copenhaga (Dinamarca) e Amesterdão (Holanda), acabou por ser escolhida esta última.
O Porto (Portugal) também foi candidato receber a EMA, mas assim como Barcelona foi eliminado logo na primeira volta da votação.
A Catalunha atravessou um período de grande instabilidade política depois de o governo daquela região autónoma espanhola ter decidido realizar um referendo de autodeterminação em 01 de outubro último, considerado ilegal por Madrid.
O Governo espanhol liderado por Mariano Rajoy, em 27 de outubro passado, decidiu intervir na região, tendo exonerado o executivo regional de Carles Puifdemont, dissolvido o parlamento da Catalunha e convocado eleições para 21 de dezembro próximo.
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