“Daqui, deste pátio de sonhos, digo-vos, irmãos e irmãs, que assumo a candidatura presidencial para o período 2019-2025 e juro perante vocês, irmãos trabalhadores, que serei o candidato da classe operária venezuelana”, disse Nicolás Maduro.
Maduro já tinha dito na terça-feira que estava “às ordens” do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, no poder) para ser candidato às presidenciais, depois de a Assembleia Constituinte da Venezuela (ACV), composta unicamente por apoiantes seus, ter convocado eleições presidenciais até ao próximo dia 30 de abril.
“Eu, como Presidente, vou governar próximo do povo”, disse, numa declaração transmitida pelo canal estatal VTV, prometendo construir cinco milhões de habitações e melhorar os investimentos na economia, obras públicas e educação.
Maduro apelou aos simpatizantes para que criem “de forma acelerada e disciplinada” os “comandos da campanha bolivariana” nas empresas, no metro, nos municípios, e “de alto a baixo” do país para alcançar os 10 milhões de votos nas presidenciais, uma promessa, sublinhou, em dívida para com o falecido Presidente e seu antecessor, Hugo Chávez.
Maduro foi eleito em abril de 2013 para um mandato de seis anos.
A convocação das eleições antecipadas está a ser criticada por grande parte da comunidade internacional, que vê na decisão um entrave ao processo de diálogo entre Governo venezuelano e oposição que tem estado a decorrer na República Dominicana.
O deputado Luis Florido, representante da oposição venezuelana no processo de diálogo, considerou esta quarta-feira que a negociação “está moribunda”, após a marcação da eleição presidencial.
“Depois da convocação antecipada de eleições e da saída do México da negociação, esta está moribunda”, considerou o opositor na rede social Twitter, numa alusão à renúncia do ministro dos Negócios Estrangeiros mexicano, Luis Videgaray, ao processo de diálogo em que participava como mediador.
Videgaray considerou que a decisão unilateral da Assembleia Constituinte – órgão que a maioria da comunidade internacional não reconhece — de antecipar as eleições ataca “na essência” dos temas em cima da mesa no diálogo na República Dominicana.
Os Estados Unidos defenderam que a marcação de eleições na Venezuela até finais de abril deste ano é um modo de contornar as regras democráticas e reforçar o poder do Presidente, Nicolás Maduro.
Também os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 14 países que compõe o Grupo Lima acusaram o Governo venezuelano de contradizer princípios democráticos ao convocar eleições presidenciais antecipadas.
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