O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, tomou hoje posse para um terceiro mandato, apesar de a oposição reivindicar vitória nas eleições presidenciais de julho e após protestos no país sul-americano e no estrangeiro contra a repressão exercida pelo seu governo.

Maduro prestou juramento de posse perante a Assembleia Nacional (parlamento) controlada pelo partido no poder, um dia depois da principal líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, ter anunciado ter sido brevemente detida pelas forças de segurança do Estado, acusação negada pelo governo.

"Juro" que "este novo período presidencial será o período da paz", declarou Maduro diante do presidente do Parlamento, o líder chavista Jorge Rodríguez.

"Está investido no cargo de presidente constitucional", respondeu o chefe do Legislativo.

Nicolás Maduro tomou posse como presidente da Venezuela para o período 2025-2031.

A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória ao atual Presidente Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos.

A oposição afirma, porém, que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia (que pediu asilo político em Espanha), obteve quase 70% dos votos.

Em novembro passado, os Estados Unidos reconheceram Edmundo González Urrutia como Presidente eleito da Venezuela.

China, Rússia, Irão e outros países reconheceram a eleição de Maduro.

Espanha disse desde o dia seguinte às eleições que só com a verificação das atas das mesas de voto seria possível reconhecer os resultados.

"Para se poderem reconhecer os resultados têm de se poder verificar as atas de todas a mesas [eleitorais]", disse Pedro Sánchez, na altura.

O candidato da oposição venezuelana nas eleições presidenciais de julho, Edmundo González Urrutia, anunciou que também hoje tomará posse como Presidente.

Diversas manifestações de apoiantes de Maduro foram convocadas para hoje em todo o país, com a líder da oposição, María Corina Machado, a apelar igualmente à mobilização do povo venezuelano para contestar nas ruas o regime de Caracas.