A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a promover a ação nacional de consciencialização para o enfarte agudo do miocárdio, sob o tema “Coração de Mãe”.
A ação, integrada na iniciativa Stent Save a Life, surge no âmbito do mês do Coração e da Mãe, que se assinala durante o mês de maio, sob o mote “Se quer o Futuro, Cuide do Presente”, e visa alertar os portugueses para impacto que esta doença pode ter no sexo feminino.
Em Portugal, a incidência do enfarte agudo do miocárdio continua a ser elevada. “Com esta iniciativa pretendemos consciencializar as mulheres para a adoção de um estilo de vida mais saudável, para que no futuro possam beneficiar de uma vida mais tranquila junto das pessoas de quem mais gostam", disse João Brum da Silveira, coordenador nacional do Stent Save a Life, em comunicado.
Infelizmente, esta realidade deve-se, em muito, aos hábitos de vida que são levados do dia a dia”, continua o coordenador do Stent Save a Life e da Campanha Cada Segundo Conta (APIC).
Segundo Rita Calé Theotónio, “também os fatores de risco como hipertensão, dislipidemia, diabetes, tabagismo, excesso de peso e sedentarismo contribuem para o aumento do risco de desenvolver esta doença. Na fase da menopausa, a mulher passa por mudanças hormonais, e estes fatores de risco clássicos tornam-se mais comuns aumentando o risco de desenvolver doenças cardiovasculares”, afirma a presidente da Associação (APIC).
“Torna-se, assim, primordial a aposta na prevenção destas doenças, adotando um estilo de vida saudável: praticar exercício físico; evitar o consumo de álcool; não fumar; controlar a alimentação, optando por não consumir em excesso alimentos ricos em açúcar e gordura; e manter a vigilância médica regular”, recomenda.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2019, registaram-se 4.275 mortes totais por enfarte agudo do miocárdio, que atingiram maioritariamente homens, com uma relação de 133 óbitos de homens por 100 de mulheres. A idade média ao óbito para as mulheres situou-se nos 81 anos, mais 8 anos do que a observada para os homens (73 anos), refere o mesmo comunicado.
Os dados do Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção (RNCI), desenvolvido pela APIC, indicam que, em 2022, cerca de um quarto dos doentes tratados para o enfarte agudo do miocárdio, através de angioplastia primária, foram mulheres com uma média de idade de 65 anos, com um índice de massa corporal médio de 28% a 63% das quais com hipertensão.
O enfarte agudo do miocárdio ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída, o que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes.
Dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade são sintomas de alarme para o enfarte agudo do miocárdio. Não ignore estes sintomas. Ligue rapidamente 112 e siga as instruções que lhe forem dadas aconselha a campanha “Cada Segundo Conta” promovida pela APIC.
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