“Os trabalhadores portugueses sabem que maiorias absolutas no nosso país têm resultado em continuação de uma política que não desenvolve o país e que retira direitos aos trabalhadores”, afirmou Isabel Camarinha.

A secretária-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses falava aos jornalistas após a manifestação que assinalou, na Marinha Grande, distrito de Leiria, o levantamento dos operários vidreiros em 1934 contra o regime.

Isabel Camarinha referiu que “foi com maiorias absolutas que se privatizaram empresas de setores estratégicos”, que se “aprovou Códigos do Trabalho em que são retirados direitos aos trabalhadores e em que não é garantido o equilíbrio na relação de trabalho”.

“Foi com maiorias absolutas que se tentou aumentar a exploração e o empobrecimento de quem trabalha, não valorizando o trabalho e os trabalhadores”, continuou.

Referindo que “o Partido Socialista está a pedir uma maioria absoluta”, a sindicalista avisou: “Mas nós conhecemos as maiorias absolutas do Partido Socialista e tiveram este traço”.

“Mas também sabemos que neste momento o que se coloca aos trabalhadores é elegerem deputados que, de facto, defendam a resposta necessária às suas reivindicações, aos problemas do país e às necessidades que temos de alterar este modelo que já vigora há muitos anos e que está a querer ser aprofundado ainda mais”, assinalou.

Segundo Isabel Camarinha, esse modelo é o “dos baixos salários, da precariedade, dos horários longos e desregulados, do desinvestimento nos serviços públicos, nas funções sociais do Estado, numa legislação laboral que não protege a parte mais frágil que é o trabalhador e também de não desenvolver o país pela submissão que temos às imposições da União Europeia e dos grandes grupos económicos”.

“Precisamos de alterar este modelo e para isso é preciso que a composição da Assembleia da República garanta também esta necessidade de uma relação de forças em que nem PS nem PSD tenham a maioria absoluta que lhes permite ter as mãos livres para continuar a política que tem vindo a ser seguida”, declarou.

A manifestação “Por melhores salários, pelo fim da precariedade, pela manutenção do Monumento ao 18 de Janeiro” foi uma iniciativa do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira e juntou mais de uma centena de pessoas.

No percurso, que partiu do cemitério da Marinha Grande, onde se homenagearam os que participaram no movimento, e terminou na Rotunda do Vidreiro, ouviram-se palavras de ordem como “Contra a exploração, a luta é solução” ou “A estátua do 18 de Janeiro pertence à Rotunda do Vidreiro”.

A estátua do Monumento ao 18 de Janeiro foi retirada da rotunda para restauro, sendo que após este trabalho todo o conjunto deverá ser colocado junto à mesma rotunda, do lado do Parque Mártires do Colonialismo. Trata-se de uma decisão do anterior executivo municipal, secundado por este.

Na manifestação marcaram presença a cabeça de lista da CDU pelo círculo de Leiria, Heloísa Apolónia, e o deputado do BE Ricardo Vicente, recandidato por Leiria.

No monumento, várias entidades, incluindo o presidente da Câmara, Aurélio Ferreira, depuseram flores.

As eleições legislativas decorrem dia 30.

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