No total, os navios das organizações não-governamentais (ONG) resgataram 404 pessoas no mar Mediterrâneo em dois dias.

“O ‘Geo Barents’ acaba de resgatar 109 pessoas depois de receber um alerta do Alarm Phone [estrutura que recebe as chamadas de emergência feitas por embarcações de migrantes]”, escreveu a ONG Médicos Sem Fronteiras nas redes sociais.

A MSF indicou ainda que a sua equipa está a tratar “várias pessoas com hipotermia ligeira”, mas assegurou que “todas estão bem” e relatou que os resgatados tinham passado “a noite no mar depois de fugir da Líbia”.

“Continuamos a resgatar vidas ao Mediterrâneo, desta vez 109 pessoas, que já estão a bordo do ‘Geo Barents’. Obrigado ao navio ‘LouiseMichel’ pela escolta prestada até à nossa chegada e durante a operação”, acrescentou, por sua vez, o instrutor de resgates marítimos Salva Perelló, que está a bordo do navio humanitário.

O navio já tinha acolhido na quarta-feira outras 87 pessoas, incluindo duas crianças, que fugiram da Líbia, disse a ONG.

Paralelamente, o navio ‘Mare Jonio’, da Mediterranea Saving Humans, resgatou, nas últimas horas, 208 pessoas, entre mulheres, homens e crianças.

A primeira operação de resgate durou cerca de quatro horas, já que enfrentou várias dificuldades: os migrantes navegavam num bote de madeira que estava a afundar-se e alguns deles já estavam na água quando o navio humanitário chegou à zona para os ajudar, explicou a ONG.

Na segunda operação, realizada hoje de manhã, mais de 100 migrantes, entre os quais 14 mulheres e duas crianças com um ano de idade, foram encontrados em perigo a bordo de uma embarcação de madeira.

“Já estão seguros” e agora só “precisam de um porto seguro para desembarcar”, referiu a ONG na rede social Twitter.

No ano em curso, o número de migrantes que aportaram em Itália cresceu para 410 pessoas, em comparação com as 358 que o tinham feito no mesmo período de 2021, segundo dados recentes do Ministério do Interior italiano.