No total, “5.577.000 de venezuelanos saíram da Venezuela desde 2015”, mostram dados da sondagem divulgada hoje e detalhados numa conferência de imprensa em Caracas.

A Encovi foi realizada pelo Instituto de Investigações Económicas e Sociais da Universidade Católica Andrés Bello (venezuelana), para permitir elaborar estratégias para combater e reduzir a pobreza no país e melhorar os níveis de bem-estar da população.

“A migração recente, venezuelana, continua a mostrar um perfil caracterizado pela proeminência de homens jovens, que deixaram o país principalmente devido à necessidade de procurar trabalho e foram sobretudo para países da região como a Colômbia, Peru, Equador e Chile”, explicam os responsáveis pelo estudo precisando que “a percentagem de repatriados é bastante baixa”.

No entanto, “quantificar a migração venezuelana” continua a ser “um problema não resolvido” pois “a Venezuela não publica estatísticas oficiais sobre movimentos migratórios” e por isso se desconhece “a dimensão e as características da população venezuelana que deixou o país, e dos eventuais fluxos de retorno”, pode ler-se no documento.

A Plataforma de Coordenação Interagências para Refugiados e Migrantes (RV4) consolidou informações de fontes oficiais dos principais países destino da migração venezuelana o que permite monitorizar o numero de migrantes venezuelanos e as suas principais características, dados que serviram para esta sondagem.

“Quase metade dos que deixaram o país são jovens de 15-29 anos e 90% se for considerada a faixa etária dos 15-49 anos”, explica.

Segundo a Encovi, 86% dos jovens emigram para buscar trabalho e “a segunda razão”, que está em ascensão, é o reagrupamento familiar”, com os migrantes “a contribuir para a formação de unidades familiares transnacionais localizadas entre os locais de origem e de destino”.

Os dados revelam que em 57% dos casos emigraram os filhos dos cabeças de família e que 65% das pessoas viajam sozinhas.

A sondagem da UCAB dá conta ainda que 28% dos migrantes venezuelanos conseguiram trabalho na área de serviços e 31% em ocupações elementares.

Também que dois em cada três “têm um estatuto regularizado”, porque “obtiveram a cidadania de outro país (12%), têm uma autorização de residência permanente (16%) ou uma autorização temporária (33%)”.

No entanto, alerta que “18% estaria em situação irregular devido à falta ou caducidade de documentos e em 15% dos casos a família não conhece o estatuto”.

Quanto às remessas familiares, a Encovi precisa que três de cada cinco venezuelanos envia dinheiro ou produtos para o lar de origem, “57% deles uma ou duas vezes ao mês”, o que contribuiu para reativar o consumo dos lares beneficiados.

Em 65% dos casos trata-se de transferências eletrónicas, operações em divisas efetuadas entre titulares de contas no estrangeiro.

Com a pandemia da covid-19, “11% das ajudas deixaram de chegar e 22% reduziram a quantidade ou frequência”.

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