A grande maioria dos refugiados (59.457) chegou por mar, representando um aumento de 83% em relação a 2018, enquanto as chegadas através da fronteira terrestre greco-turca diminuíram 17,4% no total de 14.891 refugiados.
A ilha grega de Lesbos recebeu 26.974 requerentes de asilo, seguida pela de Samos (10.711) e a de Quios (7.990).
Segundo os dados do ACNUR, 35% dos refugiados nas ilhas são crianças, na sua maioria com menos de 12 anos – um em cada seis não está acompanhado por um adulto – e 22% são mulheres.
Como consequência, as condições de vida nos campos de refugiados das ilhas pioraram ainda mais.
De acordo com dados oficiais publicados hoje, 42.000 requerentes de asilo encontram-se amontoados nas ilhas do Mar Egeu em campos cuja capacidade total de alojamento é de 8.500 pessoas.
A gestão da crise migratória constitui o primeiro teste sério para o Governo do conservador Kyriakos Mitsotakis, que prometeu reduzir drasticamente as chegadas de migrantes e descongestionar as ilhas.
Assim, restringiu as condições de acesso ao asilo, prometeu acelerar o regresso à Turquia de pessoas cujos pedidos de proteção internacional são rejeitados e a rápida transferência de outras pessoas para a parte continental do país.
No entanto, o número de pessoas retidas nas ilhas continua a aumentar, apesar das transferências para o continente.
Quanto aos retornos à Turquia, em 2019, apenas 48 pessoas tiveram de regressar, segundo a polícia.
Um indício do desencanto da população local das ilhas são as declarações do presidente da região do Egeu do Norte, Kostas Muntsuris, que apesar de ser semelhante à conservadora Nova Democracia acusou o Governo de ter decidido transformar o Egeu “numa região de refugiados”.
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