Vários oficiais do Camboja estão a ser acusados pelo Departamento de Justiça dos EUA de tráfego de animais, juntamente com a Charles River Laboratories, uma empresa farmacêutica americana. Em causa está a existência de macacos do Camboja em risco de serem novamente traficados ou até mortos, conta o The Guardian.

Segundo as acusações, os animais são macacos selvagens vindos do Camboja que foram falsamente rotulados como criados para laboratórios de investigação nos EUA. Enquanto a sua origem não for comprovada, a Charles River tem de manter os animais na sua posse, sem os poder utilizar para testes laboratoriais.

A situação foi conhecida no ano passado, quando o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA (FWS) pediu à organização de direitos dos animais PETA que encontrasse um santuário para 360 macacos. Ao longo do tempo, o número de animais subiu para mais de 1000.

A empresa Charles River para já mantém os macacos num dos seus centros no Texas. Segundo a lei, as espécies podem apenas regressar ao seu país de origem e, na semana passada, uma tentativa de transporte dos macacos para fora dos Estados Unidos foi travada pela PETA, que exigiu que os animais fossem colocados num santuário. De acordo com a PETA, o carregamento de macacos tem um valor de cerca de 30 milhões de dólares.

Liz Tyson, da Associação Born Free, explicou os risco de nova revenda da espécie ao jornal britânico: "O futuro destes macacos, se forem novamente para o Camboja, não será feliz. Um santuário nos EUA é a única maneira de garantir a sua segurança. São jovens macacos, assustados, e que estão em sofrimento".

Até ao momento, estima-se que cerca de 2.600 macacos selvagens são suspeitos de entrar no sistema de laboratório dos EUA com licenças falsas desde 2018.

Atualmente, os EUA importam aproximadamente 30.000 primatas por ano para investigação e testes laboratoriais, 60% são geralmente do Camboja. O macaco-de-cauda-comprida foi elevado de “vulnerável” a “ameaçado” em 2022, em parte devido à exploração pelas indústrias de investigação.

O Departamento de Justiça recusou-se a comentar a investigação ainda a decorrer.

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