Segundo a Polícia Nacional espanhola, citada pela agência Efe, alguns dos manifestantes começaram a insultar os agentes e a atirar-lhes objetos, o que originou cargas antimotim por parte da força de segurança. Durante os protestos também foram queimados caixotes do lixo.
A manifestação que, segundo a Delegação do Governo, contou com a participação de cerca de 800 pessoas, foi convocada pela Gazte Koordinadora Sozialista e partiu às 20:00 horas locais [19:00 em Lisboa] da Plaza de Recoletas, em Pamplona.
Em Barcelona, as lojas do Paseo de Gracia, onde se concentram as principais marcas de luxo, foram vandalizadas e saqueadas durante o protesto a pedir a libertação do `rapper´ catalão.
Um grande grupo de manifestantes encapuçados separou-se da manifestação de apoio à Hasél, que reuniu hoje cerca de 6.000 pessoas no centro da cidade, e subiu o Paseo de Gracia em direção à avenida Diagonal, causando danos significativos nas lojas da zona.
A destruição verificou-se em todo o Paseo de Gracia, que vai desde a Plaza de Catalunya até à Diagonal, onde manifestantes encapuçados também montaram várias barricadas, queimando contentores, mobiliário urbano e incendiaram as portas do edifício da Bolsa de Barcelona, embora as chamas não tenham afetado o interior do edifício.
No centro de Madrid também se concentraram esta tarde, pacificamente, mais de uma centena de pessoas, pela segunda vez esta semana, para apoiar o ´rapper`, perante um dispositivo de segurança montado para evitar a repetição dos tumultos de quarta-feira.
Em Santander, cerca de 150 jovens pediram hoje a liberdade do músico, num comício pacífico, sem incidentes.
Em Tarragona registaram-se também distúrbios. Várias pessoas encapuçadas atiraram garrafas à polícia e partiram vidros num tribunal e no edifício de um banco.
Em Portugal, mais de uma centena de artistas e outros profissionais da Cultura divulgaram na sexta-feira um manifesto pela libertação do ‘rapper’ espanhol Pablo Hasél e pelo distanciamento do governo português da condenação do artista.
O manifesto, sobre o qual corre uma petição que hoje soma mais de três mil assinaturas, conta com subscritores como a ‘rapper’ Capicua, o ator André Gago, os artistas plásticos Vihls, Bordalo II e Miguel Januário, os músicos Sérgio Godinho, Manuel João Vieira, Mitó Mendes, Tó Trips, Vitorino e Lena d’Água, e o realizador João Rui Guerra da Mata.
O ‘rapper’ Pablo Hasél, detido na terça-feira na Universidade de Lérida (Catalunha), tornou-se um símbolo da liberdade de expressão em Espanha, depois de ter sido condenado a nove meses de prisão por, segundo a acusação, insultar as forças de ordem espanholas, fazer a glorificação do terrorismo e injuriar a monarquia.
Além da sentença que originou a sua detenção, Hasél tem antecedentes: na primeira condenação, a dois anos de pena suspensa, foi acusado de glorificar nas suas canções o terrorismo da ETA, o Grapo, Terra Lliure ou a Al Qaeda.
O ´rapper` conta ainda com duas condenações, em 2018, por transgressão, resistência e desobediência à autoridade e tem um recurso pendente por agressão a um operador de câmara da TV3. Hasél foi também condenado a dois anos e meio de prisão por ameaçar uma testemunha num julgamento contra um guarda municipal de Lleida.
Na segunda-feira Pablo Hasél barricou-se na Universidade de Lérida, a sua cidade natal, na Catalunha, na companhia de um grupo de apoiantes, mas a polícia catalã conduziu-o à prisão na manhã de terça-feira, para cumprir a pena. As manifestações começaram ao fim da tarde.
A condenação de Hasél a uma pena de prisão provocou uma onda de protestos em Espanha. Cerca de 200 artistas, incluindo o realizador Pedro Almodóvar e o ator Javier Bardem, tomaram posição em seu favor.
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