Dados provisórios da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam um aumento global do número de casos de 300% no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período de 2018, seguindo a tendência dos últimos dois anos.
Este aumento também se verifica em países com elevada cobertura de vacinação contra o sarampo, como Israel, Tailândia, Tunísia e Estados Unidos, onde a cidade de Nova Iorque declarou o estado de emergência de saúde pública devido a um surto que atingiu a comunidade judaica ultraortodoxa.
A OMS alerta que a taxa de cobertura vacinal global está aquém dos 95% necessários para evitar surtos, situando-se em 85% na primeira dose da vacina e em 67% na segunda, o que deixa “muitas pessoas, em muitas comunidades, em risco”.
O manifesto “Europa mais Saudável”, criado pela Vaccines Europe, grupo especializado em vacinas da Federação Europeia da Indústria Farmacêutica, defende que “os líderes da União Europeia têm um papel fundamental a desempenhar nas políticas de vacinação” e, por isso, incentiva as autoridades públicas, conjuntamente com todas as partes interessadas, a aplicá-las.
O documento, apoiado e divulgado hoje pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), considera que as vacinas são vítimas do próprio sucesso uma vez que a ausência de doenças graves, devido à eficácia das vacinas, alimentou a perceção errada de que a vacinação deixou de ser necessária.
“Além disso, a multiplicação de notícias falsas, pese embora os altos padrões de qualidade aplicados à produção de vacinas, desafia constantemente as provas sobre a segurança e a eficácia da vacinação”, sublinha o manifesto, que recomenda que se apoiem políticas de vacinação em todas as fases da vida das pessoas, contribuindo assim para a sustentabilidade dos Sistemas de Saúde e para a produtividade da sociedade.
O manifesto propõe também a criação de um Cartão de Vacinação Europeu, com informação normalizada, útil para facilitar a interpretação dos registos de vacinação e assegurar a continuidade da vacinação transfronteiriça.
Um estudo promovido pela Comissão Europeia e divulgado em outubro indicava que 98% dos portugueses consideram as vacinas importantes para a saúde das crianças, 96,6% entendem que são eficazes e mais de 95% dizem que são seguras.
Portugal surge como o país com maior percentagem de população a encarar as vacinas como seguras, eficazes e importantes na infância.
O inquérito, feito nos 28 países da União Europeia a cerca de 29 mil pessoas de uma amostra representativa de cada estado-membro, questionou especificamente a confiança na vacina do sarampo.
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