Na inauguração do novo ‘campus’ de Carcavelos, no concelho de Cascais, Marcelo Rebelo de Sousa salientou a qualidade dos que fizeram o nome desta instituição, que classificou como “uma grande escola, pioneira em tantos lances científicos, pedagógicos, nacionais e internacionais”.

“Que o digam todos quantos fizeram a sua história, com natural relevo para Alfredo Sousa, e os que a viveram intensamente, como tantos antigos e atuais mestres aqui presentes, em particular o primeiro Presidente da República de Portugal economista e o mais duradouro primeiro-ministro, Aníbal Cavaco Silva”, afirmou.

No final da cerimónia, questionado pelos jornalistas se estranhou que Cavaco Silva tenha saído da cerimónia de inauguração antes do seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa desvalorizou essa ausência.

“Mas cumprimentámo-nos, tinha um compromisso familiar e tinha dito que teria de sair, mas eu entrei a tempo de estar com ele”, destacou.

Salientando que a relação com o seu antecessor “está ótima” – “falámo-nos, como sempre, muito bem” -, o chefe de Estado escusou-se a fazer mais comentários sobre as palavras de Cavaco Silva em relação à não recondução da atual Procuradora-Geral da República.

“Não tenho mais nada a dizer sobre isso”, afirmou, questionado se considera que as críticas de Cavaco Silva ao processo de nomeação revelaram falta de sentido de Estado.

Sobre a referência a Cavaco Silva no seu discurso na inauguração do novo ‘campus’ da Nova, o Presidente da República considerou-a “uma questão de justiça”.

“Há um fundador, Alfredo de Sousa, mas depois há os patriarcas, aqueles que estão desde o início. Eu, não os podendo cumprimentar a todos, cumprimentei o mais importante. E merecia porque fez muito por esta escola”, destacou.

Na sua intervenção, que encerrou uma longa cerimónia de inauguração do novo ‘campus’, onde ficará instalada a Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa destacou esta instituição como “a escola mais exigente e mais rigorosa” que conheceu na sua carreira académica.

O chefe de Estado elogiou a ligação ao mar deste novo ‘campus’, situado em frente à praia de Carcavelos, e confessou que, no início, ouviu quem tivesse reticências sobre a localização “heterodoxa” da instituição.

“Até ouvi dizer que podia haver o risco de rapidamente se transformar numa escola de surf, o que a mim não me complexava nada, sempre compatibilizei a academia com o surf e o body board”, gracejou.

Elogiando os mecenas e fundadores da Nova SBE, Marcelo Rebelo de Sousa deixou uma palavra especial a um deles, Alexandre Soares dos Santos, bem como aos dois Governos que apoiaram a obra – o atual e o anterior executivo PSD/CDS-PP –, e ao presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras.

“É verdade que tem uma grande equipa, mas uma grande equipa só é grande porque tem um grande líder”, afirmou.

No final, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou a condecoração da Nova SBE e saudou a sua capacidade “de sonhar e construir o futuro”.

À saída, entre muitas paragens para tirar ‘selfies’ com alunos, Marcelo Rebelo de Sousa foi cumprimentando velhos conhecidos como o antigo companheiro de partido José Miguel Júdice ou Braga de Macedo, antigo ministro de Cavaco Silva.

Na cerimónia de inauguração do novo ‘campus’ da Nova, marcaram presença além do ex-Presidente da República Cavaco Silva, os ministros da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e o do Ensino Superior, Manuel Heitor, a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, e o seu antecessor, Paulo Portas.

Os ex-ministros Miguel Poiares Maduro (PSD), Luís Amado (PS), Pedro Mota Soares (CDS-PP), Maria de Belém Roseira (PS), o presidente da EDP António Mexia e o presidente e vice-presidentes da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras e Miguel Pinto Luz, bem como a conselheira de Estado Leonor Beleza foram algumas das muitas figuras do mundo político, académico e económico que marcaram presença em Carcavelos.

[Notícia atualizada às 21:46]