O chefe de Estado assumiu esta posição durante um Seminário Empresarial Luso-Belga, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, em que também participou o rei Philippe da Bélgica, e reiterou-a à saída, em declarações aos jornalistas.

"Os portugueses não sabem que, de repente, a Bélgica se transformou num grande parceiro de Portugal. Enquanto outros parceiros diminuíram a importância, a Bélgica aumentou. E estamos agora ao nível do sétimo, oitavo, nono parceiro de Portugal, e quer passar para quinto", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Segundo o Presidente da República, "isto é um salto brutal, porque são pequenas e médias empresas que não são muitas vezes conhecidas, mas são fundamentais", e espera-se que deste fórum saiam mais "acordos empresariais".

No seu entender, "é muito discreto, ninguém fala nisso, fala-se noutros países, não se fala na Bélgica, mas é muito importante para a nossa economia".

Na sua intervenção neste seminário, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que o relacionamento empresarial entre Portugal e a Bélgica melhorou graças às empresas e às comunidades portuguesas e belgas nos dois países, "não foi com decisões dos governos", e deixou um apelo: "Não esperem pelo poder político".

"Por favor, vão em frente, assinem acordos, decidam, ajam. Assim como a União Europeia deveria agir em relação ao Reino Unido. Qualquer acordo é melhor do que nenhum acordo. Claro, se as principais questões forem respondidas e muito bem respondidas", acrescentou.

Num discurso em inglês, o chefe de Estado referiu que "hoje o Reino da Bélgica é o nono maior cliente" das exportações portuguesas e "o sétimo maior fornecedor" de Portugal.

"Há um enorme potencial para fortalecer a nossa relação e equilibrar a balança comercial. Por exemplo, falando do ponto de vista português, acentuando as exportações portuguesas de maquinaria, químicos, combustível, alimentos, vinho, medicamentos, calçado. Mas também, do vosso ponto de vista, banca, serviços, investimento, mobilidade, energia", advogou.

Nesta ocasião, o Presidente da República voltou a expressar preocupação com a situação europeia, insistindo que a União Europeia tem de se unir e tomar decisões com urgência sobre o quadro financeiro plurianual, sobre migrações e refugiados e sobre a saída do Reino Unido, entre outras matérias, antes das eleições europeias de 2019.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que há que "evitar ter diferentes europas dentro da Europa" e "tentar não adiar o que não se deve adiar", salientando que faltam "seis meses até às próximas eleições europeias", das quais poderá sair, reiterou, "mais fragmentação no Parlamento Europeu" e "uma Comissão Europeia mais fraca".

"Temos de o evitar. Por isso, temos de trabalhar muito e depressa", reforçou.

Por outro lado, voltou a criticar o isolacionismo, o unilateralismo e o protecionismo no plano global, advertindo para os perigos de uma guerra comercial.

"Uma guerra comercial é uma guerra e, como qualquer guerra, é o começo de outras guerras. Por isso, não são boas notícias. Temos de o evitar, com paciência, da maneira como os europeus sabem fazer, porque temos uma tradição muito antiga de equilibrar o mundo. A Europa é crucial para o equilíbrio global, o mundo não seria o mesmo sem a Europa. Mas isso implica ter uma Europa unida", argumentou.

[Notícia atualizada às 15:42]

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