No discurso que proferiu na cerimónia de inauguração da nova sede da Auchan Retail Portugal, em Paço de Arcos, no concelho de Oeiras, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que "os milhões que vão chegar - assim cheguem mais depressa do que mais tarde - de Bruxelas só valerão a pena se, além do papel do Estado, houver o papel da sociedade civil, dos investidores".
"Que continuem a investir, que percebam que a melhor ocasião de investir é esta, não é mais tarde, tarde demais", pediu-lhes, acrescentando: "As grandes decisões de investimento tomam-se nos momentos mais complexos e difíceis, e são essas, as que antecipam os acontecimentos, que têm maior sucesso. Não são aquelas que vão a reboque, quando é óbvio que é preciso investir, essas são tardias".
No seu entender, também "de nada valerão os milhões vindos de Bruxelas se o país não for mais igual, se não houver menos pobreza, se não houver menos desigualdade, se não houver maior coesão social", porque "aí haverá alguns que beneficiarão, mas não todos".
Sobre a Auchan Retail, Marcelo Rebelo de Sousa elogiou-a pela "confiança, esperança e determinação relativamente ao futuro" e considerou que este grupo distribuidor francês "cumpre a sua missão", em Portugal, "por um lado, investindo, por outro lado, modernizando e, em terceiro lugar, mostrando responsabilidade social".
"É legítimo apelar àqueles como a Auchan para que continuem a dar exemplo de investimento, de modernização, de responsabilidade, de coesão social", reforçou.
Nesta cerimónia de inauguração estiveram também estiveram presentes o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, e o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais.
Segundo a empresa, esta nova sede, construída de raiz, com uma área de 7.500 metros quadrados, que substitui as anteriores instalações em Alcântara, no concelho de Lisboa, "reforça a aposta" do grupo retalhista francês Auchan em Portugal e irá acolher "500 postos de trabalho fixos e mais de 100 postos flexíveis".
O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, que discursou antes de Marcelo Rebelo de Sousa, comparou o Presidente da República a "um diamante" e "farol para as gerações mais ativas e dinâmicas" de Portugal, e disse depositar nele a esperança de "um país descentralizado".
"O mesmo é dizer criar condições para que, de uma vez por todas, aquilo que discutimos desde 1975 se faça: reformar este país, fazer a reforma da Administração Pública, dar poderes a quem efetivamente está no terreno para tomar decisões. Foi assim que Oeiras se desenvolveu", acrescentou Isaltino Morais.
Marcelo Rebelo de Sousa respondeu-lhe logo no início da sua intervenção, declarando que acompanhou "o progresso de Oeiras nos últimos 30 anos" e que "o Presidente da República é por natureza apoiante de descentralização", até porque, no seu caso particular, "foi autarca".
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